A apresentação de uma lista liderada por Miguel Cadilhe ao Millennium BCP é uma boa opção por parte dele e é também uma boa escolha para o banco.
Além de ter feito boa parte da sua vida profissional no Banco Português do Atlântico, Cadilhe tem obviamente curriculum suficiente para liderar uma instituição como aquela. Muito mais, por exemplo, do que tinha Paulo Teixeira Pinto. Mas o que me importa aqui focar não é isso, mas sim o benefício que poderá advir de o maior banco privado português, com as suas raízes no Porto, voltar a ter alguém com sensibilidade para as oportunidades de negócio e de desenvolvimento que se encontram a Norte.
Cadilhe tem sido uma voz activa contra o centralismo lisboeta. Nem sempre concordo com ele, mas não tenho dúvidas de que ele saberia ajudar a corrigir o afastamento para Sul de tudo o que é actividade económica. Há vida a Norte, mas os bancos (também para mal deles) parecem ter esquecido esse facto. Cadilhe será mais útil ao país na presidência do BCP do que em quaisquer funções no Estado ou em entidades com reduzida capacidade de manobra.
Mais: o futuro mais sensato para o BCP e para o BPI passa por uma fusão entre eles. Cadilhe é a pessoa certa para conduzir esse processo do lado do BCP, até pelas boas relações que tem com o BPI.
Boa sorte (para ele e para nós)!
(Por Tiago Azevedo Fernandes na "A Baixa do Porto" em 30-12-2007)
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