Bofetada de luva branca
OPERAÇÃO DA EQUIPA DE INVESTIGAÇÃO AOS CRIMES DA NOITE PORTUENSE FORAM DA RESPONSABILIDADE DA POLÍCIA JUDICIÁRIA DO PORTO MANDATADA PELO TIC (TRIBUNAL DE INSTUÇÃO CRIMINAL) DO PORTO, SEM QUALQUER ORIENTAÇÃO DA EQUIPA DE LISBOA DESIGNADA PELO PROCURADOR GERAL PINTO MONTEIRO!
(Por Rui Valente no blogue "http://renovaroporto.blogspot.com/" em 17-12-2007)
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Pinto Monteiro em silêncio sobre Porto
O procurador-geral da República, Pinto Monteiro, não quis ontem prestar declarações sobre a polémica que tem rodeado as relações entre o organismo que tutela, o Ministério Público (MP) do Porto e Polícia Judiciária (PJ), no âmbito do caso das mortes e crimes na noite do Porto.
O JN questionou directamente a Procuradoria Geral da República (PGR) sobre o noticiado alheamento da operação "Noite Branca", anteontem desencadeada pela PJ do Porto, à decisão - datada de quarta-feira passada e com entrada imediata em vigor - de criar uma equipa especial de investigação para fazer face ao fenómeno e também a posição concreta da PGR face às diligências efectuadas sob impulso da PJ, DIAP do MP do Porto e Tribunal de Instrução Criminal do Porto.
Foi questionada, também, a alegada falta de comunicação entre o PGR e o DIAP do Porto, antes da decisão de criar a equipa especial, a fim de ser tomado conhecimento sobre o que estaria em curso no âmbito do processo, e ainda sobre eventuais orientações contraditórias entre a PGR e a PJ sobre a condução do caso.
A PGR, através de fonte oficial, optou por não responder directamente às questões colocadas, referindo apenas que a coordenadora da equipa especial já está a conduzir o processo pela parte do MP "A Srª. Drª. Helena Fazenda encontra-se no Porto a coordenar todos os inquéritos respeitantes à violência na noite do Porto. Dentro dessa coordenação, irá proceder a todas as diligências processuais necessárias, incluindo interrogatórios. O procurador-geral não presta, por ora, declarações sobre o caso da violência na noite do Porto. Oportunamente, esclarecerá todos os factos".
Além do mal-estar latente entre as hierarquias do MP do Porto com Pinto Monteiro, tal como noticiou o JN, uma das consequências da decisão do PGR de retirar o caso ao DIAP do Porto foi a recusa de Felisberto Teixeira, procurador titular dos casos das mortes em integrar a referida equipa especial. Porém, ontem, António Cluny, presidente do Sindicato dos Magistrados do MP, mostrou-se convicto de que haverá colaboração dos magistrados do Porto nas investigações.
(No "Jornal de Notícias" em 18-12-2007)
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