quinta-feira, 27 de novembro de 2008

triporto: O glorioso

São 22 h quando escrevo esta mensagem.

Há poucos minutos o clube mais querido de muitos portugueses, na sua maioria ressabiados, frustrados e saudosistas dos tempos áureos da ditadura acabou de prestar mais um excelente serviço ao futebol português (como já vem sendo habitual), ao ser derrotado por um clube grego por 5 bolas (lá dentro) a uma.

Este blogue oferece dois fantásticos prémios ao 1º que adivinhar o nome dessa famosa instituição:

  1. Um cromo do moçambicano mais famoso de Portugal segurando uma Taça desse clube na década de 60;
  2. Uma assinatura da RTP Memória com os jogos desse clube nas décadas de 50 e 60 (incluí discursos de Salazar em Lisboa).

Para participar basta enviar um e-mail para vergonhosos@serbenfiquista.slb

Nota importante: Caso descubram que o e-mail é falso, por favor contactem a D. Mizé Justiceira Morgado que certamente irá investigar o sucedido com o auxilio da sua super equipa especial de corrida composta pelo Sr. Monteiro das procuradorias da republica.

Obrigado pela sua participação!

"O Rio, a cidade e o clube"

Não é fácil falar de Rui Rio e de Pinto da Costa, exclusivamente no âmbito político e desportivo, respectivamente, como se a vida de cada um começasse e terminasse nessa condição.O homem que é Presidente do FCP tem todo o direito de fazer as suas escolhas políticas, mas deve-o fazer em seu nome pessoal e não misturar o clube com motivações do tipo partidário.

O mesmo tipo de registo seria exigível ao Presidente da Câmara e a Rui Rio, relativamente ao FCP, embora não seja a mesma coisa, porque os cargos que ambos exercem pedem responsabilidades diferentes.

Relativamente ao Presidente da Autarquia, é esquisito que não lhe interesse o desporto – ainda que profissional – e os clubes que moram cá no burgo, nomeadamente o FCP que é uma marca que beneficia claramente a cidade. No seu programa, fala no apoio ao desporto amador. Deve ser, por isso, que a autarquia tanto se empenhou nas corridas de automóveis e aviões. Entre o desporto amador (que fica muito bem em qualquer programa) e o ego do nosso presidente, ganharam os motores e as acrobacias aéreas.

Nem oitenta como era com Fernando Gomes, nem abaixo de zero como faz Rui Rio. Um Presidente da Câmara tem todo o direito de não se querer misturar (nem parecer que o faz) em situações que sejam (ou pareçam) promíscuas. Com o FCP, Rui Rio não se distanciou: criou a ruptura. Houve exageros e alguma violência absolutamente reprovável por parte da claque, mas o pecado original foi cometido por Rui Rio e a sua entourage, que na sua grande maioria detesta o futebol ou o FCP. Pior, agiu como se o facto fosse uma mais valia política. Depois da vitória nas eleições, o que antes era um desejo - partir a espinha dorsal ao FCP -, passou a ser um projecto exequível. Se já tinha ganho as eleições contra tudo e todos, porque não aspirar chegar mais longe?

Como atrás referi, da sua agenda (pessoal e informal) constava quebrar a espinha ao FCP (e a PdC) e retirar-lhes todo o apoio que até aí tinham recebido da CMP. O PPA que viabilizou a construção do Dragão, era o instrumento que precisava para consolidar a personalidade de antes quebrar que torcer. Serviu, ao mesmo tempo, para funcionar como um instrumento fundamental para o seu projecto político. Com um cajado matou dois coelhos: o PS, despesista e promíscuo, o FCP uma espécie de tecto que encobria toda um seita de malfeitores.

Com a ajuda da Associação de Comerciantes do Porto tudo fez para bloquear o projecto do Dragão. Amorim que é um conhecido apoiante da causa do PSD, interveio e conseguiu um acordo.

Sinceramente, era interessante conhecer como tem sido monitorizado esse empréstimo e o que é que ganharam os Comerciantes, para além da exploração do cinema Batalha. Parece-me óbvio que o problema dos pequenos comerciantes é sistemático e não vai com as bolhas de dinheiro que Rio generosamente lhes "concedeu", via acordo com o Grupo Amorim.

Para que serviu tanto alarido? Obviamente, prejudicar o FCP e ficar bem na fotografia para a opinião publicada. Para além disso, servirá para memória futura, quando o partido for chamado a eleger um novo presidente, o que deverá acontecer a curto prazo. Aliás, esta é a fórmula ganhadora, que Scolari seguiu e que tem o nome de “Princípio de Rio”: hostiliza o FCP e tens o país aos pés.

Depois do acordo entre Rio, Amorim e os Comerciantes, o que ganhou a cidade? E que problemas viram os comerciantes resolvidos? A quem interessa isso agora? Fazer todo o mal de uma vez, relativamente ao FCP, foi a estratégia. Agora, o seu desprezo, mais silencioso e cuidadoso, é quase reconhecido como um benefício.

Firmou acordos com o Grupo Amorim e com a Soares da Costa. Satanizando o FCP, obviamente só podia criar anti-corpos junto do clube, dirigentes e adeptos. O tempo cura algumas chagas, mas as marcas ficam lá. Apesar disso, honra lhe seja feita, conseguiu fixar e aumentar o seu pecúlio eleitoral, o que é obra que merece reflexão, política e sociológica.

A ambiciosa intervenção do Plano de Pormenor das Antas visava o propósito de criar uma nova centralidade com funções variadas. Para aqui previram-se três mil fogos, dois hotéis, um estádio de futebol, um pavilhão multiusos, um centro comercial, equipamentos de saúde e de ensino, um parque urbano com dez hectares, estacionamento para três mil viaturas e um interface para o metro.

Parte do Plano de Pormenor das Antas está construído mas, o equipamento de saúde, o de ensino e o tal parque urbano ficaram pelo caminho, confirmando o imobilismo camarário instalado há anos na cidade.

A revitalização da baixa, os bairros camarários, as corridas de automóveis e aviões, o recente amor pelo fogo de artifício, são a obra que é elencada pelos seus seguidores como meritória. O Metro serve para demonstrar a sua sanha regionalista, e mostrar os dentes a Lisboa, sem morder.

A relação entre o FCP e Rui Rio já foi bem pior. Agora, simplesmente preferem silenciar o ódio de estimação que merecem um do outro. A Rui Rio já não interessa afrontar o clube porque já não retira dividendos disso – os ganhos conquistados estão consolidados, não é preciso bater mais no ceguinho – e o FCP porque sabe que a maldição de Rui Rio há-de passar e o FCP há-de continuar por muitos e bons anos como o clube de referência da cidade.

Devo confessar que sou de mais do FCP e de menos do PSD, apesar disso, desejo a melhor sorte para o Dr. Rui Rio. Estou ansioso por vê-lo no Parlamento, ou noutro qualquer lugar, bem longe da Câmara e da nossa cidade. O país espera-o!


(Por Mário Faria no blogue Reflexão Portista em 21-11-2008)

triporto: Histórias de um enclave chamado lisboa

Da Lisboa Profunda: Campanha de Cavaco financiada por homens do BPN


«Cavaco Silva terá recebido quase 100 mil euros de homens ligados ao BPN. A lei proíbe donativos de pessoas colectivas».

Não há nada de mal em tentar evitar que se saiba que a campanha do PR foi financiada por administradores suspeitos de crime ou convidar para o Conselho de Estado um desses administradores. Mas se Cavaco teme, é porque deve. A imagem de Cavaco impoluto penso que acabou.

A conclusão é clara: Os políticos lisboetas fazem tudo, mesmo moralidade cinzenta, para manterem um nível de vida, ambições, para as quais não tem possibilidades. Não merecem a minha confiança. E cada dia que o Norte confie nestes senhores, será um dia perdido.

Volterei mais logo ao tema.


(Por Jose Silva no blogue Norteamos a 26-11-2008)


Ah, Cavaco então também era accionista da SLN.

Portanto, Cavaco :


Questões:

Conclusões:

  • Ainda bem que não voto em parentes da «Máfia».
  • Mais uma lição para o Norte: Nunca confiar em políticos do Sistema de Lisboa.
  • Este Regime fede !

(Por Jose Silva no blogue Norteamos a 23-11-2008)

"Brincar às corridas na Baixa de Lisboa"

Depois do fracasso daquela ideia peregrina dos domingos sem carro, que durou enquanto foi moda e houve pachorra, agora há domingos sem trânsito nas avenidas centrais do Porto e de Lisboa, o que já não é tão grave. Sem carros, como foi o caso da Cidade Invicta com a 5.ª Maratona do Porto, que os africanos dominaram como de costume, ou com carros e muitos parolos a ver, como foi o caso de Lisboa com o "roadshow" da Renault.

Como passam a vida a perguntar-me quais são as diferenças entre o Porto e Lisboa e num prazo razoável de quinze dias reuni duas oportunidades de relevo para dar como exemplo, aproveito esta crónica do líder JN para as comunicar à população em geral.

A primeira diferença inclui-se na categoria das coisas que o Porto tem e Lisboa não tem, mas tenta ter a toda a força, nem que a imitação seja barata (mas muito cara...) e a réplica acabe por roçar o ridículo.

Depois da falência estrepitosa da Fórmula Um e do autódromo do Estoril, daquela empresa que ainda hoje está a contas com o Estado e das exéquias daquele Rali de Portugal, que enchia as matas de Sintra com vândalos, incendiários em potência e bêbados com tendências suicidas, que se atravessavam à frente dos faróis de cada bólide que se aproximava, tudo o que em Portugal se faz com competência e dimensão no mundo motorizado passou para o Porto.

Circuito da Boavista e Red Bull Air Race dão "baile", na terra e no ar, a qualquer iniciativa do género com que Lisboa sonhe. No passado fim-de- -semana, a capital tentou ir a jogo com um evento promocional da Renault, que a habitual mania das grandezas, tão típica da mentalidade centralista, tentou transformar numa corrida de Fórmula Um, perante a desilusão generalizada da maioria dos que lá se deslocaram.

Exceptuando alguns carros, qualquer comparação entre a Fórmula Um e esta parolada que cortou o trânsito no centro de Lisboa, durante dois dias, é como comparar o magnífico Pestana Palace de Alcântara, com os hotéis Fórmula 1, onde um rapaz forte como eu, quase nem consegue fechar a porta, depois de entrar para o quarto.

No que toca a eventos, há muito que aprendi uma regra de ouro: não há nada pior que organizar um evento tipo quero, mas não posso. Esta fantochada do Marquês do Pombal nem chegou a ser pretensiosa: foi mais de quem quis, mas não pôde.

Agora isto é no reino do "fait-divers". No mundo do faz de conta. No que realmente conta, as diferenças são do outro mundo. Basta comparar o que aconteceu neste cenário de crise global e as consequências que se vão dela estimando para a nossa economia pública.

Enquanto as grandes obras do regime previstas para a Área Metropolitana de Lisboa (AML), ou que se prevê poderem servir as necessidades dos lisboetas, são tão prioritárias que nenhuma crise as obriga a recuar, o metro do Porto que foi nacionalizado, não para ser nosso (como se dizia dos bancos a seguir ao 25 de Abril de 74) mas para voltar a ser deles, tem as suas obras de ampliação adiadas quase para o "dia de são nunca à tarde".

Aquilo que é urgente para a capital, no Porto pode esperar até 2022. Na melhor das hipóteses.


(Por Manuel Serrão no Jornal de Notícias em 29-10-2008)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

"O poder está na ponta da espingarda"

Ao contrário do presidente da Comissão Europeia e do guru da direita portuguesa bem pensante (qualificativo que acho assenta muito bem ao Zé Pacheco Pereira) nunca fui maoista, que não me inibiu de arranjar uam edição de Pequim do Livrinho Vermelho, belíssimo objecto que consulto de vez em quando.

Mao foi um ditador sanguinário e um refinado estupor, mas agrada-me a simplicidade pragmática dos seus pensamentos, que mergulha as raízes na escola da desarmante sabedoria chinesa fundada por Confúncio.

Uma frase de Mao – “O poder está na ponta da espingarda” - , veio-me à cabeça esta semana à medida que subia a minha indignação com os resultados de uma pesquisa estatística motivada pela divulgação da notícia de que o Norte foi a segunda região europeia onde se registaram mais despedimentos colectivos no período 2002-07.

O Norte está triste e infeliz e tem todas as razões para isso. É a segunda região do país (a seguir a Lisboa) que mais riqueza gera, mas quando chega a hora de a distribuir surge no último lugar, com um rendimento per capita de apenas 80% da média nacional e 57% da média comunitária.

Não me parece saudável um país em que os salários pagos na capital são 50% superiores ao resto do país - e que o poder de compra em Lisboa (135,5 em permilagem do total nacional) seja o triplo do do Porto (44,01).

Como portuense, fico revoltado ao constatar que, no período 1992-2006, de todos os 308 concelhos do país, o Porto foi o que mais poder de compra perdeu (-2,5%) e que no pódio estejam os três concelhos do eixo Lisboa-Cascais, com Oeiras à cabeça (4,5%).

E a mostarda sobe-me que nariz quando vejo que Lisboa absorve 42,5% do total de crédito concedido pelos bancos. Se juntarmos o Funchal a Lisboa, que ficam com 53,9% do dinheiro emprestado pela banca. O Porto contenta-se com um terceiro lugar (11,9%).

Nós, os três milhões nortenhos, não podemos ficar parados. Enquanto os carteiristas de Lisboa nos metem a mão no bolso, o desemprego não pára de crescer (em 2007, o Norte ultrapassou pela primeira vez o Alentejo e tornou-se a região com maior taxa de desemprego) e a riqueza não pára de de diminuir (no início dos anos 90, o IRS per capita no Porto era metade do de Lisboa; dez anos depois era apenas 25%).

O grave é que o Governo continua a adiar a Regionalização e apenas contribui para alargar este fosso, como o prova o facto de em 2009, o Norte ir receber segundo valor mais baixo (226 euros per capita), contra 382 euros da média nacional) do plano de investimentos da administração pública (Piddac).

É tempo de dar um murro na mesa e declarar guerra ao centralismo ladrão. De aprendermos com Mao que o poder está na ponta da espingarda – ninguém dá nada a ninguém, se o puder evitar. De aprendermos com João Jardim, que, usando os cotovelos, fez da Madeira a segunda região mais rica do país, com um rendimento 25% superior à média nacional.

Para começar, a AEP devia reconverter a campanha Compre Português por uma campanha Compre Nortenho. E como o Governo é surdo a vozes que não venham da rua e se exprimam na primeira metade dos telejornais, ganhávamos em boicotar a visita ao Norte de governantes, enquanto não for dado um sinal claro de que o roubo vai acabar. Eu estou pronto a atirar o primeiro ovo podre.


(Por Jorge Fiel no blogue "A Bússola" em 23-11-2008)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

triporto: O Presidente parolo

"Não sou um presidente parolo. Por isso, defendo os interesses numa lógica metropolitana"

Dois meses e qualquer coisa depois de ter actualizado este meu espaço, aqui estou eu de novo.

Neste longo tempo de paragem não me recordo de algo que me tivesse chocado ou que me tivesse surpreendido em particular...talvez as derrotas consecutivas do meu clube me tenham deixado um pouco abalado mas nada que já não previsse...adiante...

No regresso à leitura das minhas fontes pesquisei notícias e comentários feitos nas duas ultimas semanas, e após uma leitura assim por alto decidi eleger um tema que é muito caro a muitos cidadãos da minha cidade: Rui Rio.


O "Presidente parolo" como foi apelidado (e muito bem) por Guilherme Pinto, Presidente da C.M. Matosinhos, continua a sua "cruzada" para ganhar o campeonato regional (aqui já existe regionalização olé), do mais sem graça, do mais detestado e mal-disposto político do Grande Porto.Estou em crer que vencerá destacadissimo...

Já não bastava ter-se incompatibilizado nestes últimos 7 anos com meia cidade (a outra meia nem se dá conta que ele existe), já não bastava estar constantemente de costas voltadas para o vizinho da outra margem, abortando projectos conjuntos que iriam dinamizar a faixa ribeirinha (red bulls e fogos de artificio à parte), não satisfeito com isso, agora também lembrou-se de usar a sua prepotência e arrogância com Matosinhos em projectos que envolvem as duas cidades.

Basta! Por mais atributos que ele possa ter (enviem-me um email se descobrirem), basta de tanta tristeza, tanto disparate e principalmente, basta de criar em redor do Porto uma bolha de isolamento com o resto da área metropolitana pois só um individuo com as vistas muito curtas é que não consegue perceber as vantagens para o seu município e em concreto para os seus munícipes, da interacção e coordenação conjunta com os concelhos que nos fazem fronteira e dos quais dependemos muitas vezes para tomar decisões importantes a nível metropolitano.

Por tudo isto e muito mais coisas que se foram sucedendo desde que este senhor aterrou na Câmara Municipal, qual D. Quixote de la Invicta, espero que os portuenses, tripeiros abram os olhos desta vez e não permitam a sua recandidatura e principalmente uma maioria absoluta. Se não gostarem das alternativas votem em branco!

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Richard Zimler: "O Porto está a morrer"