quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Ryanair - Petição online

"Para que todos possamos beneficiar de mais voos a partir do Porto para novos destinos por toda a europa, é crucial que a Ryanair tenha uma base no Porto - algo que tem vindo a ser estudado nos últimos 2 anos, mas que infelizmente ainda não foi concretizado. Ao assinar esta petição online, estamos todos a contribuir para a expansão do turismo no Porto e a aumentar as possibilidades de todos voarmos a preços baixos para novos destinos - já para não falar na ajuda à criação de 60 novos postos de trabalho no aeroporto do Porto. Passem este email aos que puderem e assinem a petição."

O erro fatal do voo TP 653

No dia 6 de Agosto, o comandante do voo TP 653 tomou uma decisão cujos danos para TAP ainda não são totalmente conhecidos, mas que espero sejam muito elevados.

Como partiu de Amesterdão com duas horas de atraso, o comandante achou por bem agir como um pirata do ar fardado e desviou do Porto para Lisboa o destino do voo TP 653, argumentando que assim evitaria à companhia o prejuízo da anulação de um voo Lisboa-Paris.

Como contribuinte, acho preocupante que a estatal TAP se tenha dado ao luxo de fazer ao GES o jeito de lhe comprar, por 140 milhões de euros, a Portugália, que não fosse nacionalizada teria de fechar as portas.

Como cidadão, acho ultrajante a cultura de falta de respeito pelos passageiros que leva um comandante da TAP a mudar uma rota para poupar uns cobres à companhia.

Como portuense, sinto-me insultado porque sei (sabemos todos), que nem sequer passaria pela cabeça do infeliz comandante desviar, por razões económicas, um voo de Lisboa para o Porto.

A suprema infelicidade do comandante residiu no facto da equipa do FC Porto seguir a bordo do TP 653 e de os dirigentes portistas não serem gente para se acanhar quando suspeitam que há motivo para protestos.

O voo TP 653, que era suposto aterrar no Sá Carneiro às 16h10, aterrou em Lisboa às 18h30, e os passageiros com destino ao Porto, deficientemente informados e muito justamente mal dispostos, acabaram transferidos para um avião com mais passageiros do que lugares.

E como se o caldo ainda não estivesse suficientemente entornado, o comandante caprichou aom mandar prender o chefe da comitiva portista, por este, no seu entender, se ter excedido nos protestos.

Este episódio é revelador da falta de respeito da companhia pelos seus clientes, em particular pelos nortenhos. O menosprezo da TAP pelo Porto já é antigo e manifestou-se por anos a fio de desinvestimento, acabando com voos directos a partir do Sá Caneiro para concentrar na Portela (o tal aeroporto que está saturado) o essencial das suas operações.

A TAP já começou a pagar por esta sua arrogância centralista. Quando não há voo directo para o seu destino, nove em cada dez homens de negócio do Norte preferem fazer a escala em Frankfurt (os alemães aproveitaram o espaço deixado livre pela TAP para aumentarem as suas ligações diárias ao Porto) do que em Lisboa.

Penalizada pelos lugares de destaque que alcançou nos rankings internacionais da perda de malas e atrasos, a TAP iniciou uma campanha de lavagem da sua imagem. Da cartola, ainda só conseguiu tirar dois coelhos, ambos anémicos.

Anunciou com foros de notícia de primeira página, a inauguração de ligações directas do Porto a Bruxelas e Roma. Esqueceu-se de acrescentar que estas rotas se destinam a aproveitar os Fokkers que herdou da Portugália.

Para se calibrar a importância destas duas novas, basta ver que só a Ryanair vai abrir até ao fim do ano cinco novo voos directos do Porto para Pisa, Estocolmo, Valência, Bristol e Milão.

As migalhas dos voos para Bruxelas e Roma não me comovem. Por isso apoio o boicote portista. Voar na TAP, só mesmo quando não tiver alternativa.

(Por Jorge Fiel no blogue "http://bussola.blogs.sapo.pt/" em 31-10-2007

terça-feira, 30 de outubro de 2007

O novo paradoxo do ornitorrinco

Em sucessivos fóruns onde é debatida a regionalização é recorrente ouvirmos, da parte dos centralistas, o argumento de que a criação das regiões administrativas iria implicar uma proliferação de cargos políticos e, consequentemente, provocar um significativo aumento da despesa pública.

É sabido pela Lei-Quadro das regiões administrativas (Lei n.º 56/91, 13 Agosto), que os lugares políticos remunerados a serem criados, num modelo de 5 regiões, no seu conjunto, perfazem 31. Os restantes lugares serão os de deputados às diferentes Assembleias Regionais, que, como está consignado na referida lei, apenas auferirão "senhas de presença".

Seja como for, não é objectivo deste "post", desmontar este argumento falacioso da proliferação de "lugares". Opto antes por apresentar um artigo da recente lei (muito pouco comentada), aprovada na Assembleia da República sobre a alteração ao Estatuto dos Deputados:


Lei n.º 43/2007
de 24 de Agosto
Décima alteração à Lei n.º 7/93, de 1 de Março
(Estatuto dos Deputados)

Artigo 12.º
[...]
1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 — Cada Deputado tem direito a dispor de condições adequadas de trabalho, nomeadamente de:
a) Gabinete próprio e individualizado na sede da Assembleia da República;
b) Assistente individual, a recrutar nos termos da lei;
c) Caixa de correio electrónico dedicada;
d) Página individual no portal da Assembleia da República na Internet.


Ora isto significa, que, de uma só vez, serão recrutados pelo poder central qualquer coisa como 230 "assistentes individuais". Estas pessoas irão no imediato integrar os quadros da função pública e terão uma remuneração muito significativa - perto de € 2.000.

Curiosamente (ou não) a comunicação social não se interessou por isto.

A bem do centralismo tudo é permitido. Todavia, quando é para ceder poder, aqui mais devagar, nem que seja preciso recorrer a esta originalidade portuguesa que é referendar normas constitucionais.

Cada vez me convenço mais que as próprias regiões administrativas já estão fora de tempo, já não vão conseguir responder com eficácia às necessidades das populações. Vamos mesmo ter que pensar e evoluir para patamares mais alargados de descentralização.


(Por Antonio Almeida Felizes no blogue "http://regioes.blogspot.com/" em 30-10-2007)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Junta Metropolitana Porto teme desvio de fundos para Lisboa

A Junta Metropolitana do Porto (JMP) alertou hoje para o "perigo" de desvio para Lisboa de verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) destinadas ao Norte.

"Aquilo que foi acontecendo, ao longo dos anos, aqui e acolá, pode agora acontecer com maior simplicidade porque está em lei", afirmou Rui Rio, no final de uma reunião ordinária da JMP.

Rio referia-se ao ponto sete da resolução do Conselho de Ministros nº86/2007, que prevê que verbas destinadas ao programa operacional do Norte (PO/Norte) possam ser utilizadas por Lisboa se forem aplicadas em projectos "considerados muito relevantes para o desenvolvimento das regiões objectivo 'Convergência" do Continente".

"Um projecto sedeado em Lisboa, que se insira no Objectivo I [regiões ilegíveis e de apoio transitório], pode acabar por ser financiado pelo Plano Operacional/Norte, porque é considerado de elevadíssimo interesse nacional", explicou Rio.

Segundo o também autarca da Câmara do Porto, a região de Lisboa, apesar de estar fora deste Objectivo I, pode aproveitar-se através do que está em texto na lei.

A JMP, que pretendeu dar a "perceber o perigo que aqui está plasmado em lei", considerou que esta legislação demonstra que Portugal continua centralizado.

A título de exemplo, Rio disse que, se a região Norte pretender construir um pavilhão de ciência e conhecimento, este será sempre tido como uma infra-estrutura de interesse local, mas o mesmo pavilhão em Lisboa pode ser considerado de elevado interesse nacional.

Numa situação como esta, acrescentou, "estamos todos a pagar por um projecto exactamente igual".Para a JMP, os representantes das autarquias da Região Norte na unidade de gestão do próximo quadro comunitário (2007-2013) têm a obrigação de "estar atentos".

"Terão que lutar contra isto, estar vigilantes", salientou Rui Rio, contando que, por isso mesmo, a JMP decidiu na sua última reunião escrever uma carta ao presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses pela forma como escolheu os representantes.

Para a JMP, estes representantes têm de garantir que os oito milhões de euros destinados ao PO/Norte são mesmo aplicados na região.

(No "Porto Canal" em 26-10-2007)

Televisões=Centralização

Há muito que tenho a firme convicção que, a par e em sintonia com o Estado, um dos instrumentos responsáveis pela macrocefalia centralizadora do país na capital, se deve em substancia à acção dos orgãos de comunicação social, com destaque para a televisão, pelo forte impacto de audiências que disfruta junto do grande público.

Por razões temporais, não irei ao ponto de garantir (como já alguém disse) que a televisão elege ou derruba Chefes de Estado ou Govêrnos, mas não hesitarei em afirmar que - num país de gente despolitizada e apática, como ainda é o nosso - pode perfeitamente manipular a opinião pública à penumbra de práticas aparentemente democráticas e até lisonjeiras. Mas, com o tempo necessário para a tarefa, não custa a crer que seria mesmo capaz de derrubar e eleger Govêrnos.

A juntar a esse poder semi-oculto, mas factual, existem outro tipo de fenómenos de carácter socioeconómico, como é o caso do futebol, que a televisão explora para manipular a população em função dos seus desígnios ou prioridades. Assim, com todo o tempo do mundo e sem oposição, vai urdindo valores, inventando intrigas, carimbando competências, levantando suspeitas, ao mesmo tempo que modela mentalidades e opiniões públicas.

Deste trabalho de formiguinha, em prol dos interesses centralistas, obviamente, não assumido, as televisões usam a clubite aguda dos portugueses para os dividir, incluindo gente da mesma cidade e região, preparando-se pacientemente para recolher os "louros" chegada a hora de "decidir" a Regionalização.

Não é por acaso que este tema (o da Regionalização) sendo tão pertinente ao nível do interesse e da receptividade pública, com sucesso previsivelmente garantido, é dos raros de que as tvs lisboetas preferem abdicar. O mesmo se passa, com alguns fazedores de opinião ao seu serviço, como Pacheco Pereira e Marcelo Rebêlo de Sousa que fogem do assunto como o diabo da cruz...
Pelo exposto, o resultado do trabalho missionário das televisões, junto do Poder Central, à imagem da "acção psicológica" usada pelo exército na ex-guerra colonial para "amansar" os rebeldes, redundou num acentuado bairrismo das populações (no que de pior contém a nova adjectivação), gerando fissuras difíceis de sanar a curto prazo.

A discussão pública sobre a Regionalização patente em alguns espaços de opinião na Web, como fóruns, blogues, etc., mostra-nos à evidência esses sintomas. Bastará pesquisarmos atentamente para percebermos, que a lei "SONY", aquela que dizia, "a minha televisão, é maior que a tua", domina o conceito de divisão territorial de alguns supostos "regionalistas", de tal forma que, não tarda, estarão a discutir ferozmente o espaço reservado a cada membro da família dentro da sua própria casa sem opção referendária.

E é destes "regionalistas" que o Centralismo gosta.

(Por Rui Valente no blogue "http://renovaroporto.blogspot.com/" em 24-10-2007)

Bússola vai dizer bem do Norte e da regionalização

Por entre piropos e pedidos de beijos de vendedoras do Bolhão, o empresário Manuel Serrão, o jornalista Júlio Magalhães e outros amigos reuniram-se ontem no mais emblemático mercado portuense para apresentarem o Bússola, o blogue onde prometem escrever "a dizer bem de tudo o que é do Norte". "Para dizer mal, já estão os outros todos, os "abruptos" e os "marcelos"", justificou Manuel Serrão.O blogue está disponível em http://bussola.blogs.sapo.pt/ e é dinamizado por um conjunto de amigos formado ainda pelo vereador da Câmara de Matosinhos Fernando Rocha, pelos empresários António Correia Dias, António Sousa Cardoso e Mário Rui e pelos jornalistas Jorge Fiel, Manuel Queiroz e Rogério Gomes, que se reúnem para jantar todas as segundas-feiras, desde há 16 anos.

Manuel Serrão apelou aos leitores do Bússola para sugerirem temas e darem ideias de formas de "atacar Lisboa". Júlio Magalhães suavizou: "Não somos contra Lisboa, mas contra a centralização". E Rogério Gomes desenvolveu o tema. "Este blogue surge na véspera de discutirmos a regionalização, que não é uma questão do Norte mas sim nacional", sublinhou.Os nove autores são todos regionalistas. "Quem não for é rapidamente expulso", avisou Serrão.Rogério Gomes explicou que o blogue não expressará uma posição colectiva, mas tão-só as opiniões individuais de cada um dos seus elementos. O blogue estreou-se ontem com um "exclusivo mundial": breves imagens da demolição da pala do antigo Estádio das Antas. Nem todos os autores são portistas, mas vestem sempre a camisola do Norte: "Para jogar contra Lisboa chegamos os nove", disse Manuel Serrão. "E, se for preciso, contratamos dois árbitros", acrescentou Júlio Magalhães. A.V.

(No Jornal "Público" em 25-10-2007)

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Confortável derrapagem

Os cronistas, jornalistas, bloguistas e quejandos podem já desistir do chavão "derrapagem da Casa da Música", quando quiserem falar do descontrolo das contas públicas. Encham lá a boca com 134 milhões de euros. É grande não é? E nem sequer é bonito como a Casa da Música, que teve muito de suborçamentação nos polémicos 100 milhões de derrapagem. Este não foram contas mal feitas, foi mesmo asneira da grossa e abre antes do Natal, como prenda no sapatinho dos contribuintes. Chama-se prolongamento do Metropolitano de Lisboa até Santa Apolónia e o grande buraco orçamental aconteceu com a inundação daquela que será a Estação do Terreiro do Paço, em 2000. Com candura, o presidente do metro lisboeta já explicou que para estes 10 anos de atrasos não há culpados, tudo se deveu a causas naturais "os cursos de água mudaram por motivos ainda desconhecidos", explicou. Desconfio que desconhecidos irão ficar.

Os números finais deste descalabro público foram conhecidos na terça-feira. Sentiram alguma comoção? Não, foi como se não existissem. E, no entanto os 134 milhões da derrapagem do Terreiro do Paço dariam para pagar a ligação do Dragão à Venda Nova, servindo Gondomar (85 milhões) e ainda sobravam uns trocos. A empreitada toda da ligação a Santa Apolónia, (299 milhões), é aliás quase tanto quanto custaria a a ligação da Casa da Música a Laborim, uma obra que implicaria a construção de mais uma ponte sobre o rio Douro (323 milhões). Nada disto causa espanto quando se sabe que o metro de Lisboa custa o dobro por quilómetro do metro do Porto e rende metade, ou quando impávido e sereno o metro da Margem Sul continua a circular vazio ao preço de 15 mil euros por dia cobrado aos contribuintes. É obviamente muito mais fácil falar da derrapagem da Casa da Música ou da má gestão dos autarcas do Porto. Isso é que interfere com o conforto das gentes da capital.

(Por David Pontes no "Jornal de Notícias" de 12-10-2007)

Carta aos Nortenhos

(Carta de um cidadão anónimo)

Caro Nortenho

Com toda a certeza, do cimo do seu nariz e na sua arrogância provinciana de Nortenho que lhe é tão intrinsecamente carnal, deve dizer à boca cheia que é homem e mulher do norte com toda a pompa e circunstância.

Para tamanho ego, nada tão irónico como pertencer a tão pobre região. Eis alguns factos que não pode ignorar senhor nortenho:

- O Norte passou de região industrial e burguesa a região das maiores taxas de desemprego e de pobreza tão flagelante que se expressa já em fome em muitos locais e não fechemos os olhos.

- De sua Capital, Invicta cidade do Porto, estandarte orgulhoso, a região norte perde dia após dia influencia e poder na nação “portuguesinha”, sendo cada vez mais um satélite de Lisboa sem capacidade de decisão.

-No referendo à regionalização, a maioria do nortenho, aflito pela divisão da sua pátria votou não, ao que compreendemos que foi uma boa opção se olharmos a que naquela altura, o norte era dividido em várias regiões, mas uma péssima opção se olharmos ao facto que isso só ajudou à transferência de mais poder para Lisboa. Aproveito para deixar aqui a pergunta: Estando agora o Norte todo unido sob uma única região cuja capital é o Porto, não seria de facto a altura correcta para exigir o estatuto de região autónoma? A Madeira e os Açores deram-se bem, muito bem aliás, se pensarmos que a Madeira é bem mais rica que o distrito do Porto, sim senhor nortenho, pode ser uma facada no seu orgulho preguiçoso e desinteressado.

- Enquanto nos ocupamos a trabalhar ou lá o que fazem, a fazer cânticos de como somos bons, regiões como o Alentejo, a Madeira, batem com a mão na mesa e exigem, fazem barulho e lá vão conseguindo o que querem. Serão os políticos deles melhores? Será o povo lá mais lutador? E então, o nortenho é o quê? Factos, são factos e o Norte esta cada vez mais pobre.

- O Distrito do Porto apresenta a 3ª maior taxa de crescimento populacional da Europa, sim, da Europa e mesmo assim nada se passa por esses lados…Estaremos condenados a ser mais um aglomerado populacional? Amadoras há muitas… Gaia mantém a oferta de se unirem as câmaras de Porto, Gaia e Matosinhos…estão à espera de quê? É a única chance que têm de poder bater a mão na mesa e dizer que chega, criando assim uma cidade colosso no Norte.

- Nas barbas dos tripeiros, que mais parecem burros ceguetas, Lisboa capta as maiores empresas, sendo as multinacionais sedeadas no norte prejudicadas intencionalmente pelo governo central para se mudarem para Lisboa…o que pretendem com isto? Fácil meus caros, uma região sem poder de decisão é uma região sem voz e mansinha, uma ovelha no rebanho e que todos sabemos facilita o trabalho a quem nos governa, um velho pastor chamado capital!

- Eventos de renome, como no caso da moda, da arte, do cinema, estão gradualmente a mudarem-se para Lisboa e no fundo não podemos condena-los uma vez que eles apenas tentam sobreviver e o governo central torna-lhes isso cada vez mais impossível, simplesmente pela sua posição 350km a norte de “nossa” capital!

- Vejamos em concreto o caso da SONAE, chefiada pelo Nortenho mais resistente da actualidade, um senhor de seu nome, Belmiro Pinto de Azevedo. Numa altura em que todas as multinacionais se mudam para Lisboa, ele resiste, mantendo o centro de comando da SONAE no Porto, mas por quanto tempo, sabendo que o que ele já resistiu faz dele um herói. Debaixo dos vossos narizes, vocês nem percebem que até no caso da OPA à PT, está tudo a ser dificultado pelo simples facto de esta cair em mãos nortenhas e mesmo correr o risco de vir a ser transferida para o Porto.

- Não sendo eu um apreciador de football, tenho de reconhecer que a imprensa, pelo menos a pesada, está toda a sul e isso deixa em maus lençóis qualquer um que levante a voz cá para cima, pois é de imediato abafado ao passo que é dado muito mais voz a quem nos fala da Capital. Não quero dizer com isto que não haja podridão das demais instituições desportivas mas a pergunta que deixo é: será só no Norte?-

O Porto foi sempre uma cidade Burguesa, de gente lutadora, diria mesmo que somos salvadores da Pátria em tempos de crise mas esquecidos em tempos de glória. Inúmeros Reis, presidentes, e até um ditador chamado Salazar passaram pelo poder deste jardinzinho e no fundo, o que fizeram eles? Acudiram ao choro de Lisboa, como se de uma criancinha mimada se tratasse, ficando o Norte e o Porto constantemente votados ao abandono e ao crescimento por si próprios. Se estamos assim sem eles, imaginem como estaríamos com uma ajuda igualitária. Para relembrar aos amantes de Salazar existentes no Norte, uma mensagem: vocês são burros e estúpidos ao quadrado, pois esse senhor só tinha olhos para a sua capital e para as suas colónias servindo todo o resto da nação como celeiro.

- De lembrar, a Galiza mesmo aqui a Norte mantém a sua palavra em como o seu território original vinha ate ao douro e vila nova de gaia, ou seja, em tempos idos, englobava todo o território do Norte português. Também de referir a paixão da Galiza por Portugal, sincera, um amor separado quase à nascença, uma historia cruel de afastamento mas não pensem caros portuguesinhos na vossa inocência quase ignorante que eles querem ser portugueses, tão pouco querem ser espanhóis é verdade, eles apenas querem a união do Norte de Portugal com a Galiza, mas não por sentimento de conquista mas sim por pura empatia.

- Talvez convenha relembrar a Lisboa que a maior ameaça a um casamento é tomar o parceiro como adquirido e parece-me conveniente relembrar que podemos ter alternativas a este casamento e quem sabe, com este ciúminho, não se apimenta a relação entre Norte e Sul.

Sem mais assunto e com uma réstiazinha de esperança em vocês

Cidadão anónimo

(Do blogue "http://regioes.blogspot.com/" em 9-03-2007)


domingo, 7 de outubro de 2007

Parabéns, Porto Gaia! Parabéns, Portucale!

Por Fernando dos Santos Neves * no "Jornal de Notícias" de 7-10-2207

Apropósito do festival aéreo organizado conjuntamente pelas Câmaras Municipais de Porto e de Gaia, poderá ter-se gostado mais ou menos do próprio espectáculo das "máquinas voadoras" e de todo o circo mediático algo bizarro que o acompanhou, mas é impossível não se regozijar com o facto de que, pela primeira vez, os actuais presidentes do Porto e de Gaia se aliaram na aceitação e na realização do óbvio e do inevitável que é a unidade histórica, demográfica, económica, turística, paisagística, etc., das duas margens do rio Douro onde, segundo o Poeta, "como é fama, origem teve o nome eterno de Portugal...

Desde há muito que, também eu, tenho chamado a atenção para esse tal "óbvio inevitável", cuja falta de aceitação e de realização está a condicionar da maneira mais negativa e mais provinciana o presente e o futuro do Porto, do Norte de Portugal e de todo o Noroeste Peninsular. A própria "Regionalização", de que agora se volta a falar, já chegará tarde e a más horas; a presente "Hora da Regionalização" é já a "hora" de outra regionalização, não de Portugal, mas da Europa/Ibéria (por esta ordem!) e da Lusofonia/Espaço(s) Lusófono(s). É neste sentido que fará cada vez mais sentido, ao contrário até do que Saramago parece pensar e desejar, a frase para muitos ainda escandalosa e certamente provocadora "Portugal e a Espanha acabaram, viva a Europa e a Lusofonia!".

E a "Hora" desta regionalização "europeio-ibérica" e "lusófona" será também necessariamente a "Hora do Porto", a "Hora do Portucale"! Além do mais, como recorrentemente tenho escrito (em público e em privado!), será a única, uma vez mais, óbvia e inevitável maneira de o Porto se tornar numa grande cidade múltipla (Porto, Gaia, Matosinhos, Gondomar, Maia...), deixando de ser uma cidade pequena (Porto) ao lado de todas aquelas outras pequenas cidades, ridiculamente se digladiando na sediação de movimentos cívicos, teatros, exposições, estádios, etc. Ninguém pensou, por exemplo, no caso de Paris (para não falar no ainda mais simples caso de "Buda-Peste"...) com a sua grande "MAIRIE" (Câmara de Paris) e as suas numerosas pequenas "mairies" (a que no nosso caso correspondem as câmaras de Porto-Centro, Porto-Gaia, Porto-Matosinhos, Porto-Gondomar, Porto-Maia...)? Ou já não haverá ninguém capaz de pensar e agir à grande, capaz de pensar e agir à Porto, capaz de pensar e agir à Europeia e à Lusófona, capaz de pensar e agir "glocalmente"? Onde está o "bairrismo anti-provinciano" de que gostava de falar Sophia de Mello Breyner e o "bairrismo cosmopolita" de que ultimamente tem falado o jornalista Carlos Magno?

Agrada-me sobremaneira realçar este embora pequeno passo dos dois presidentes do Porto actual e da actual Gaia; à semelhança dos astronautas sobre a Lua e guardadas as devidas proporções, pode haver pequenos passos de homens individuais que signifiquem passos enormes das sociedades humanas!

Como também escrevi em "Os 10 Mandamentos ou as 11 Teses de e sobre o Porto", até aqui já se fizeram quase todas as retóricas imaginárias sobre o Porto; mas o que é preciso é efectivamente transformá-lo na metrópole moderna, desenvolvida e ecuménica como tem de ser a Capital Europeia e Lusófona de todo o Norte de Portugal (pelo menos desde Coimbra) e de todo o Noroeste Peninsular (incluindo a Galiza e alguns arredores)!

Poderá parecer exagerado mas, por todas as razões explicitadas e sobretudo pelas implícitas e simbólicas, não me coíbo de gritar

Parabéns, Porto-Gaia!

Parabéns, Portucale!

No momento crepuscular dos velhos estados-nações, os "glocais" portucalenses europeus e lusófonos agradecem!

* Reitor da Universidade (Euro) Lusófona

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Regionalização - incompreensão e pavor

Por Carlos Araújo Alves no blogue "http://ideias-soltas.net/" em 2-05-2007

Apesar de já me ter manifestado (sei lá quantas vezes) favoravelmente à regionalização de Portugal, votei contra no referendo anterior porque o que defendo é, tão-só e apenas, que o poder central assuma as regiões há muito inscritas e aceites na União Europeia (Norte, Centro, Área Metropolitana de Lisboa, Alentejo e Algarve, no continente, mais as já assumidas Madeira e Açores) e não esquartejar o país em talhões como o que foi a referendar.O que me preocupa, contudo, é notar que muitos amigos que habitam em Lisboa mostram algum desconforto sempre que o tema da regionalização é abordado: ou por não compreenderem a sua prioridade, ou por não aceitarem os factos estatísticos, nomeadamente o de que todas as regiões do país estão em franca recessão com excepção de Lisboa e Madeira, mostrando mesmo alguns sinais de desnorte como se pavor sentissem.A princípio ainda pensei que poderia ser devido a uma defesa intransigente de Lisboa, o não querer abrir mão de nada, o medo que a capital de Portugal se esvaziasse mas, de facto, ponderada esta reacção, sou levado a crer que não há maldade nenhuma neste seu pavor epidérmico. Há, isso sim, uma clara rejeição ao discurso de alguns patetas que defendem a regionalização, seja ela qual for, com o único intuito de prejudicar Lisboa e, por outro lado, terem como dado adquirido o que a comunicação social foi passando ao longo de décadas - que o poder autárquico é uma fonte de corrupção e que é por isso que eles não quererão estar sob o controlo do poder central.

Em relação ao primeiro óbice é evidente que há que ter muita cautela com os patetas, repito, que pretendem com a regionalização dividir a Nação. A regionalização só deve ser feita se a Nação Portuguesa (toda ela sem excepções) dela tirar proveito e sair beneficiada. É que, contrariamente ao que recentemente ouvi através de um aderente a um recém-constituído movimento pela regionalização, de que o país está tombando para estibordo (numa alusão clara sobre a clivagem entre litoral e interior), a verdade é que já há muito ultrapassámos esse estádio - hoje, a clivagem ou assimetria é entre Lisboa e sua área metropolitana e todas as restantes regiões, sendo absurdo que uma das regiões que há bem pouco tempo todos reconheciam como a mais empreendedora do país seja agora a 3ª região mais pobre da União Europeia - a do Norte! (ver quadro neste post)Assim sendo e tudo indicando o agravamento desta tendência, fácil será compreender que a muito breve prazo a região de Lisboa e sua área metropolitana virá a ser a mais prejudicada, pois não conseguirá acolher nem proporcionar qualidade de vida mínima aos milhares de portugueses que todos os anos para lá emigram na vã esperança de conseguirem trabalho e uma vida melhor. A Área Metropolitana de Lisboa deveria ser a principal interessada em que as restantes regiões se desenvolvessem para travar o surto de imigração que está a sofrer e que colocará, inevitavelmente, em sério risco os seus actuais habitantes!

Relativamente à opinião massivamente transmitida pelos media e mimeticamente assimilada pelos cidadãos, de que o poder autárquico é generalizadamente corrupto, lamento discordar em absoluto! Não nego que possa haver corrupção e tráfico de influências no poder autárquico, mas por que terá de ser de intensidade e índole diferentes das que conhecemos no poder central? Será que a Câmara de Lisboa é modelar em relação às restantes? Muito longe disso, basta ver a anarquia da construção só ultrapassada, talvez, pela destruição urbanística do Algarve! E, se todos sabem quem poderá ser corrupto, por que será que os partidos políticos do poder, todos eles centralistas, não expulsam esses indivíduos das suas fileiras? Por último, sobre este assunto, só quem não conhece o país de lés-a-lés é que não vê que, mesmo com admissível corrupção, mesmo com a construção anárquica antes da instauração dos PDM’s, as autarquias fizeram muito mais pela qualidade de vida dos seus munícipes do que qualquer governo do pós 25 de Abril! Denegrir o trabalho de muitos excelentes autarcas que tivemos é, para lá de não querer ver o que de melhor se fez em Portugal nos últimos 30 anos, mesmo tendo presente, repito, os focos de corrupção e tráfico de influências!

Há uma outra tendência de opinião, esta sim, que obriga a reflectir: se a regionalização não poderá ser perniciosa para o país pelo facto de não haver já nas regiões gente capaz de tomar conta dos seus destinos e, por outro lado que tipo de regionalização.Confesso não ser capaz de ter uma opinião firme neste domínio, é um risco, sim, um risco a levar em conta se haverá nas regiões massa crítica mínima para levar por diante o projecto. No entanto, mesmo tomando em consideração esse perigo, defendo que, pelo facto de muitas regiões se escudarem no poder central para justificar o seu mau desempenho, deveríamos arriscar a que as populações, através do seu voto, castigassem quem com o poder e as ferramentas necessárias não conseguiu fazer evoluir a região.Quanto ao modelo, não tenho qualquer dúvida: fazer a regionalização sem providenciar que o poder será eleito por voto secreto e universal onde qualquer cidadão possa apresentar-se a plebiscito será sempre muito mau, pois regionalização não haveria - os aparelhos partidários continuariam a dominar e a fomentar clientelas ainda mais vastas. Ora se há ponto que é imperioso evitar é que as futuras regiões se tornem em mais um antro de poder da mediocridade que grassa nas clientelas dos aparelhos partidários.

O Norte desnorteado de Portugal

Por José Gonçalves no blogue "http://etcetal.blog.com/" em 26-09-2007


Não fiquei estupefacto. Não fiquei admirado. Continuo é revoltado com a crescente política de centralização que ,há anos, marca a "rota" política dos governos deste Portugal de desempregados. Soube-se, hoje, que um trabalhador do Norte recebe menos 290 euros do que um outro a laborar em Lisboa. O estudo foi efectuado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e publicado, com destaque de primeira página, pelo "Jornal de Notícias". Já tinha aqui aflorado o assunto da regionalização, e de quanto o Norte, e em particular o Porto, tem sido desprezado a todos os títulos, ainda que os económicos sejam mais visíveis que os outros. Hoje confirmou-se aquilo que, há anos, vive o Norte de Portugal.

..."Empurrar" as grandes empresas para a Grande Área Metropolitana de Lisboa - algumas delas oriundas do Norte e que no Norte ganharam dimensão - tem sido prática de diversos governos, mas os socialistas, neste campo, são mais centralistas que os centralistas de direita. E como contra factos não há argumentos, eis este estudo do INE a confirmar e a dar valor à revolta das gentes do Norte quanto ao crescente poder do Terreiro do Paço e de toda a zona envolvente. Mas, se a culpa é dos governantes também o é dos empresários nortenhos que não investem nesta (sua) "crítica" e esquecida região do País. E esses senhores - de Belmiros a Ludegeros, passando por Motas e Duartes - esquecem-se do crescente número de desempregados -muitos deles qualificados - no Norte do País, preferindo investir em outras regiões, ou até mesmo além fronteiras. Não criam emprego, marimbaram-se para esta região, mas, mesmo assim, continuam a criticar (hipocritamente) o centralismo. Ainda me recordo de um célebre programa "Prós e Crontras", na RTP, e da defesa intransigente que os senhores do dinheiro fizeram em relação aos interesses da "gente" cá de cima. Mas, para quê? Já na altura escrevi que deviam era estar calados. Por que não investem eles nesta região?

... Pois não investem, e tanto não investem que, segundo a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), são preocupantes os números quanto à situação económica que se vive nesta região do País. A desaceleração da economia agravou-se no segundo trimestre deste ano e, em termos líquidos "não há criação de emprego". Eu sei bem o que isso é! Ora, quer isto dizer, que uma das mais importantes regiões do Noroeste Peninsular, em termos de economia, e não só, caminha literalmente para o abismo, sem que governo e empresários tenham isso em atenção. O Norte perdeu força. Não tem tantos Pinto da Costa como devia, e até alguns, como o presidente do FCPorto, que tanto defenderam os interesses da região migraram, ou emigraram, de forma estratégica, deixando de reinvindicar, de forma altiva e relevante, pelo interesses nortenhos.

...O Norte já não é o que era. A Grande Área Metropolitana do Porto está em crise. Quem serão os responsáveis? Penso que o Norte está cada vez mais perto da Galiza e que essa estratégia é a mais positiva para um potencial crescimento da nossa economia. Chamem-me bairrista (não sou!); chamem-me portista (não sou!), chamem-me bimbo(não sou!). Chamem-me tudo o que quisererem, mas respeitem o Norte de Portugal e a sua mais representativa cidade, porque, há uns anos atrás, ela era o motor de desenvolvimento do País, e, se agora não é... é porque os poderes instalados são outros, e são outros já há muitos anos.

...Recordo-me, há sensivelmente 20 anos, quando trabalhava na delegação do Porto do extinto jornal "Gazeta dos Desportos", que um camarada a trabalhar na redacção de Lisboa, da mesma categoria profissional, ganhava mais trinta contos do que eu. Aqui fazia-se praticamente o jornal. Lá, na capital...a revisão, e eles, lá em baixo, embolsavam quase o dobro que os cá de cima. Hoje, a história repete-se, e vai continuar a repetir-se se a regionalização não for avante. Uma regionalização sem tachos, padrinhos e afilhados. Uma regionalização que sirva o interesse das populações e, principalmente, das populações mais desfavorecidas. Vêm aí uns milhões por hora da União Europeia. Quero ver se alguns desses fundos serão aplicados no Norte para dinamizar a economia?! Sei que terei de esperar sentado, porque o Norte e o Porto, em particular, continuam a ser mais conhecidos pelas corridas de aviões e de carros na Boavista, do que propriamente pelos desempregados (de curta, média e longa duração) e pela miséria - alguma encoberta - que aí se vive.

...Sei que escrevo para o Mundo, que, se calhar este tema não era o mais apropriado para ser inserido num blogue, mas o ETC&TAL (e o seu autor) não se esquece das suas raízes, e dos problemas com os quais convive diariamente. O Porto não é, na realidade, uma Nação, mas é uma Nação à sua maneira. É uma "Nação" que tem de bater o pé à centralização e às assimetrias que se verificam neste País. Então senhores deputados eleitos pelos distritos do Norte de Portugal, nada dizem a este respeito?

1- Enquanto vamos sobrevivendo, o PSD vai descredibilizando-se com a "guerra" entre as candidaturas de Luís Filipe Menezes e Marques Mendes. Onde chegou o maior partido da oposição que se prepara para ser governo em 2009. As "directas" que se realizam sexta-feira (28-Set-07) têm mostrado um partido perdido e que dificilmente fará frente ao PS de José Sócrates. Que alternativa dá este partido aos portugueses? Que lideres querem ser esses dois candidatos e, ainda pior, potenciais candidatos a primeiro-ministro, depois dos discursos dos últimos dias, das guerras e guerrinhas de bastidores e da imagem que estão a deixar do partido?

2-Entretanto, há a lamentar a morte de um dos fundadores do PSD, Magalhães Mota (1935-2007), vítima de doença prolongada. E isto tudo num dia em que soubemos também que o turismo na Região Norte está a crescer de forma sustentada. Vá lá... uma boa notícia cá para estes lados.

E o "ETC&TAL" fica hoje por aqui, deixando-lhe uma sugestão: dê a sua opinião acerca regionalização ou da (necessária?) descentralização no nosso País. É importante que as pessoas se expressem acerca deste pertinente e preocupante assunto. É importante dar voz a quem anda muito calado, coisa que não é muito habitual nas gentes cá de cima. "Cá de cima!"... repito.
Regresso na próxima quarta-feira 04-0UT-07 com uma edição mais alargada.

Entretanto se nos quiser contactar directamente, já sabe que é só enviar-nos o seu correio para jgoncalves7@iol.pt e, pronto, hoje com uma edição mais abreviada, o ETC&TAL fica por aqui

Sejam felizes

José Gonçalves

PS: Fiquei preocupado com a verdade dos números relativos à economia do Norte de Portugal e triste porque a nossa gente já não parece ser a mesma. Espevitem-se!