domingo, 30 de março de 2008

triporto: Cavaco Silva diz-se "chocado" com o caso do "DÁ-ME O TELEMÓVEL JÁ!!!"...


...e eu questiono:

Não foi este senhor que enquanto primeiro ministro preferiu investir a maioria dos fundos comunitários em alcatrão em vez da formação e educação dos portugueses?! E quando falo em formação não falo daqueles cursos feitos à pressão e que só serviam para alguns encherem os bolsos à custa dos formandos por falta de fiscalização e controlo!

Para mim a resposta é simples: é culpado sim senhor pois teve a oportunidade e os meios financeiros para tornar este país competitivo e nunca o fez. Se somos dos países menos qualificados da Europa a este senhor e à suas más politicas educativas o devemos. As estradas na altura também eram naturalmente necessárias e importantes para o desenvolvimento (desde que não fossem construídas como o IP5) mas não eram a única necessidade deste país e nesse aspecto falhou redondamente!


Se hoje existe falta de respeito, educação e valores na sociedade portuguesa talvez seja a factura a pagar pelos 10 anos de (des)governos de Cavaco Silva nesta matéria!


Por isso quando me deparei com este "chocado" do Exmo. Sr. Presidente da Republica entrei obviamente em choque...


E porque a memória não e assim tão curta convém lembrar que "chocado" fiquei eu quando soube em 1992 que esse "mamarracho" á beira rio plantado chamado Centro Cultural de Belém (a obra do regime cavaquista para a Capital do Império) iria custar não os 6 milhões de contos inicialmente previstos mas sim mais de 40 milhões de contos!


Isso sim...foi mais que motivo para ficar e continuar "chocado"...


domingo, 23 de março de 2008

triporto: Se...Se...Se...Se...Se lá para as bandas do clube do Império tivessem a noção do ridículo não diziam tantos disparates...

...e desta vez não foi o "papagaio" do costume (o luisinho dos pneus), mas sim um jogador que já provou que se devia apenas dedicar a jogar à bola e nada mais...


Quê?

Luisão acha que o FC Porto não é mais forte do que o Benfica. É mais regular, diz ele, mas não é mais forte. É capaz de ter razão. A força é uma coisa muito difícil de avaliar e cada um sabe a cruz que carrega. É verdade que o FC Porto ganhou mais jogos do que o Benfica, marcou mais golos e sofreu menos e também é verdade que conseguiu mais 16 pontos do que os encarnados até agora, preparando-se para conquistar o terceiro campeonato consecutivo, um fenómeno cósmico conhecido simplesmente como Tri. E também é verdade que, no único braço-de-ferro entre as duas equipas esta temporada, os portistas até venceram na Luz. Mas nem mesmo isso significa que o FC Porto seja mais forte que o Benfica. Como Luisão faz questão de sublinhar, se o Benfica não tivesse empatado e perdido tantos jogos, tudo seria diferente. Não há como argumentar com uma lógica assim. Depois, só os jogadores encarnados sabem a força que têm de fazer para aguentar a cruz que carregam, o enorme peso da história que lhes verga as costas e que os obriga a arrastar os pés pelo campeonato. Aliás, deve ser por isso que Luisão garante que ser campeão no Benfica é uma coisa diferente. Mais uma vez, o central encarnado tem toda razão. Ser campeão no FC Porto é sempre a mesma coisa. Todos os anos, a mesma história, uma e outra vez, ad eternum, ad nauseum. Ser campeão no Benfica é uma coisa única, preciosa, rara, como um eclipse solar, uma aurora boreal, um urso panda ou uma virgem num bordel. Em poucas palavras, é outra loiça.

De... formação
Cópia por sistema

Quase dois anos depois de o FC Porto ter dado início à Visão 611 que, entre muitas outras coisas, prevê a uniformização do sistema táctico em todos os escalões da formação, o Benfica revela uma intenção semelhante. É bonito. Afinal, a cópia é uma das melhores formas de elogio.


(Por Jorge Maia no Jornal "OJogo" em 23-03-2008)



sábado, 22 de março de 2008

triporto: Mais um bom exemplo dos complexos de inferioridade latentes mais a sul do país...

importa-se de repetir

Augusto Inácio, treinador de futebol a exercer no estrangeiro, quando interrogado sobre o futebol português e a possibilidade de voltar a treinar em Portugal disse mais ao menos isto:

O FC Porto não se importa de contratar pessoas que tenham passado nos outros clubes. Nos outros clubes dizem "ah... este já esteve no Porto, os adeptos não encaram bem estas coisas...", Dizem que as pessoas do Porto são complexadas, mas no fundo em Lisboa é que estão os maiores complexados.

Augusto Inácio na RTPN, programa "Pontapé de Saída"

Moral da história: para progredir deve-se sempre contratar os melhores, venham eles de onde vierem.


(Por António Alves no blogue "http://norteamos.blogspot.com/" em 22-03-2008)

triporto: comentários de interesse público - parte 2...

...via blogue "http://bussola.blogs.sapo.pt/".


O problema não é Lisboa ( 2 )

Caros bussolistas !
Como o prometido não é de vidro aqui fica o segundo fascículo do texto do meu amigo Manuel Cerqueira Gomes que tenho a certeza que vão continuar a gostar. Os que pensam como nós , claro, porque os outros já se sabe que vão continuar a ladrar....

A MENTIRA EM QUE VIVEMOS

Acho, muito sinceramente, que vivemos num país de mentira permanente.

Existe uma capital que ainda olha para o seu umbigo como capital do Império.

Criadora de burocratas.

Que usa os recursos de todos nós para se promover.

Tudo aquilo que de importante se passa neste país, por decisão dos burocratas, tem de passar pela capital.

Mega construção do Centro Cultural de Belém nos finais dos anos 80, princípio dos anos 90.

Lisboa capital europeia da cultura em 1994.

Expo 98 Lisboa, onde se fizeram obras estruturais que foram pagas por todos nós. Como por exemplo o pavilhão Atlântico que agora serve de palco aos grandes eventos do mundo do espectáculo.

Em 2001, porque Lisboa não podia repetir, tivemos a capital europeia da cultura no Porto, embora “a meias” com Roterdão.

Já se fala numa candidatura aos Jogos Olímpicos de Lisboa de não sei quando. Isto porque, pelo que me disseram, só o facto de haver a candidatura obriga a que se façam uma série de obras prévias.

A capital (mais precisamente a zona de Oeiras) candidatou-se àquilo a que se chama a fórmula 1 dos barcos. Que iria obrigar a avultados investimentos na zona marginal que, por certo, não iriam sair do orçamento da Câmara Municipal de Oeiras.

O Senhor Primeiro-ministro inaugurou há pouco tempo o Museu Berardo, em Lisboa, regozijando-se com o facto pois, até aí, segundo ele, em matéria de arte contemporânea, só havia Madrid, esquecendo-se, de forma imperdoável, do Museu de Serralves no Porto.

O autódromo do Estoril, onde se fazem os grandes eventos automobilísticos, está na zona da grande Lisboa.

A final da Taça dos Campeões Europeus de 1967 entre o Inter de Milão e o Celtic foi no então Estádio Nacional em Lisboa.

A final do campeonato do Mundo sub 21 em futebol foi em Lisboa.

A final do Campeonato da Europa de 2004 de futebol foi em Lisboa.

A final da Taça UEFA de 2005 em Lisboa.

No resto do país não houve qualquer final importante.

Bom, mas há quem diga que muitos dos grandes eventos são feitos na zona de Lisboa pela iniciativa particular. O Estoril Open; o próprio autódromo do Estoril. Mas o problema é sempre o mesmo. O centralismo obriga a que a maior parte das pessoas válidas do país vão viver para Lisboa. Onde constituem família e por lá ficam.

Quem é que, não ouviu já falar de coisas deste género – “agora se quiser subir mais na estrutura (do banco, ou da empresa) tenho de ir para Lisboa”. Não é assim, Júlio Magalhães?

Até o raio do Tratado tinha-se que chamar de Lisboa… Neste particular lembrei-me logo de Nice e de uma belíssima terra na Holanda que se deu a conhecer ao mundo porque deu nome a um grande Tratado – o de Maastricht.

Assusta-me a falta de visão global do país por parte das pessoas que nos têm governado!

Os burocratas de Lisboa mais parecem aqueles meninos caprichosos e mal-educados que têm sempre de ter os melhores brinquedos, esquecendo-se de os repartir, tanto mais que aqueles que deveriam ser contemplados com a repartição são, afinal, seus irmãos.

Mas enquanto durou a presidência portuguesa da UE, lá foram os ministros fazer umas reuniões pelo país fora, para calar as gentes da província.

Mas o Tratado, esse, jamais se chamaria de Guimarães, ou de Braga, ou de Faro, ou do Funchal.

Tinha de ser de Lisboa.

Tanto provincianismo têm os burocratas de Lisboa…

Alguns vêm dizer que o País é muito pequeno pelo que é natural que tudo se concentre em Lisboa…

Só que,
É unanimemente reconhecido que Portugal é o um dos países mais centralizados na UE.

Lisboa, embora sendo a capital, é apenas uma cidade entre muitas outras do país, inserida numa região/zona entre muitas outras.

Falta uma voz política que se faça ouvir e que ponha tudo isto a nu.

Que interpele o governo central.

Que exija que este evento, aquela obra, ou aquele empreendimento, venha para o Norte ou para qualquer outra zona do país.

Que, concertadamente com os banqueiros do Norte, nomeadamente com aqueles que fundaram os dois maiores bancos pós 25 de Abril, batam o pé e exijam que a bolsa de valores fique no Porto (olhem, por exemplo, para Frankfurt e para Milão), ou pelo menos que também fique no Norte.

Que ajude a criar condições para as sedes dos bancos e seguradoras, que muitas delas historicamente são do norte, tenham efectivamente as administrações, os departamentos de estudo e os principais quadros no Norte.

Que proteja os empresários do Norte.

Mas que também lhes peça explicações quando estes vão anunciar a um hotel de Lisboa um grande negócio, quando o deveriam fazer num hotel do Porto, ainda que só tivessem presentes os jornalistas do JN, do Comércio do Porto e do Primeiro de Janeiro.

Que articule com as Universidades e as empresas os meios necessários para criar uma grande escola de negócios no Norte, impondo-se quando algumas pessoas, por pequenas questões de vaidade, entopem o processo.

É que há situações incompreensíveis neste país.

Por que raio é que ainda há pessoas do norte que acham bem ir tratar de assuntos a Lisboa?

Serão masoquistas?

Porque raio não podemos tratá-los no Norte?

Porque razão é que há grandes empresas do Norte que têm as sedes operativas no Sul?

É mais barato?

Porque razão, tendo nós no Norte os 2 maiores empresários pós 25 Abril, é que um nortenho que tira um curso relacionado com publicidade tem de ir para Lisboa?

Se os 2 maiores grupos privados portugueses pós 25 de Abril são do Norte porque é que não há grandes empresas de publicidade no Norte?

Não me digam que é porque no Sul podem fazer anúncios no Guincho!

Façam-nos na praia “Emília Barbosa”, ou noutra qualquer de Matosinhos, na Foz ou em Leça, ou então nesse maravilhoso vale do Douro…

Ouvi, outro dia no Porto Canal uma entrevista com um afamado estilista nortenho que dizia que o grande acontecimento de Moda do nosso País é, PASME-SE, a Moda Lisboa.

Se isto continuar assim, qualquer dia ainda levam o Museu do Vinho do Porto para Lisboa. Acho que já faltou mais…

Olho para o nosso País e sinto-me envergonhado com este centralismo.

Mas quando constato o que se passa aqui ao lado ainda mais revoltado fico.
Manuel Cerqueira Gomes
Exército de Salvação Nacional
Batalhão Bússola
Pelotão de Co Produção
Manuel Serrão


(No blogue "http://bussola.blogs.sapo.pt/" em 15-03-2008)

triporto: À atenção dos "nossos" (que remédio) governantes...

...para algo que pode ter implicações muito graves a nível social e humano tanto na Galiza mas mais grave ainda na zona Norte de Portugal, que convém lembrar mais uma vez, é uma das regiões que mais produz a nível nacional mas estranhamente uma das mais pobres deste país e da Europa comunitária...(não são lamentos...é mesmo a constatação de factos!)...

A vidinha

Está em curso na Galiza uma perseguição aos portugueses que trabalham nas obras públicas naquela região espanhola. A coisa tem passado mais ou menos despercebida. O Governo, que tanto gosta de proclamar o sucesso quando acorda com os espanhóis novas - e pelos vistos inúteis - regras laborais para o mercado transfronteiriço, faz de conta. As autoridades galegas não mostram sinais de incómodo. E os sindicatos dos dois lados da fronteira trocam acusações sibilinas.

O que se passa? A crise está chegar, e em força, ao sector da construção em Espanha. E por isso os portugueses que ali trabalham (cerca de 100 mil) passaram a ser vistos como concorrentes desleais. Porquê? Porque ganham menos (seis a sete euros e meio por hora, contra 12 pagos aos espanhóis), trabalham mais (fazem jornas de 12 a 14 horas) e não têm direito a férias nem a outro tipo de regalias de que gozam os espanhóis. Isto, que até hoje não mereceu nenhum comentário dos sindicalistas galegos, é agora qualificado de "dumping laboral". Tradução a vidinha está a ficar difícil para os espanhóis em geral e para os galegos em particular. Logo, é preciso atirar os portugueses borda fora, porque os empregos não chegam para todos.

É preciso ler com atenção o que diz, por exemplo, o secretário nacional da Confederação Intersindical Galega, Xoan Melón, para perceber o que aí vem. "Os portugueses estão a fazer um autêntico dumping laboral, aceitando trabalhar em condições muito precárias, o que configura uma situação de concorrência desleal. E os grandes prejudicados são, naturalmente, os trabalhadores galegos, que se vêem preteridos".

O cinismo de Xoan Melón é insuportável. E serve apenas para acirrar os ânimos dos galegos a cujas casas chegou uma ameaça até há pouco inimaginável numa Espanha com uma economia pujante - a ameaça do desemprego. Quando, um destes dias, houver notícias de confrontos entre portugueses e galegos numa qualquer obra pública, talvez os governos dos dois lados da fronteira acordem para o problema. Que já existe e já é grave. Sobretudo para os portugueses, o elo mais fraco desta delicada cadeia onde se luta por uma vida uma bocadinho melhor.


(Por Paulo Ferreira no "Jornal de Notícias" em 22-03-2008)

triporto: comentários de interesse público - parte 1...

...via blogue "http://bussola.blogs.sapo.pt/".

O problema não é de Lisboa ( 1 )

Caros bussolistas !

A pensar na Semana Santa que aí vem , muito propícia à reflexão e ao lazer , começo hoje a publicação de um notável ensaio do meu amigo Manuel Cerqueira Gomes , ilustre advogado portuense.

Para conforto dos leitores mais ocupados e também para criar um suspense que o texto merece , a publicação será dividida em 8 posts incluindo o de hoje que estarão disponíveis no vosso Bússola até à Páscoa.

Numa opinião que também subscrevo, Cerqueira Gomes acha que o problema não é de Lisboa enquanto cidade, bonita por sinal, o problema é da gentinha, talvez a mais provinciana de todo o Portugal, que tornou uma cidade, que deveria ser só a capital de Portugal, num monstro macrocefálico e asfixiante.


AS RAZÕES DA SITUAÇÃO
AUSÊNCIA DE VOZ POLÍTICA ORGANIZADA
O estado a que tudo isto chegou tem culpados que são facilmente identificáveis – TODOS NÓS NORTENHOS.
É verdade que houve sempre uma certa subserviência relativamente à capital.

Se recuarmos na História verificamos que sempre nos sacrificámos pelo país, muitas vezes em proveito de Lisboa.

A história das tripas, na célebre expedição a Ceuta, é paradigmática.

Tripas essas que, de restos menores do animal, se transformaram num dos ex-libris da gastronomia portuense.

Mas tudo mudou.

Já há muito concluímos que não há mais razões para sermos subalternizados relativamente a Lisboa.

De resto, acho que não há, na maioria das pessoas do Norte, qualquer complexo de menoridade relativamente a Lisboa.

Noto, isso sim, algum desconforto e dor de cotovelo de muita gente de Lisboa quando o nome do Porto se começa a ouvir cada vez mais e pelas melhores razões, nomeadamente quando se fala:
  • do esmagador êxito, Nacional e Internacional, do FC Porto;
  • dos dois maiores bancos portugueses pós 25 de Abril terem sido fundados no Porto;
  • dos dois maiores empresários do país, no pós 25 de Abril, serem do Norte;
  • de Serralves, como uma referência mundial na gestão de Museus;
  • das ruas do Porto e das estradas do norte cheias de turistas trazidos por companhias estrangeiras (não pela TAP);
  • que os arquitectos do Porto são repetidamente galardoados nos melhores prémios da arquitectura mundial; etc.

Muitos, geralmente do sul, dizem que nós estamos sempre a dizer mal de Lisboa, por isto e por aquilo.

Não nos preocupa o que Lisboa tem. O que verdadeiramente nos preocupa é aquilo que não temos e que deveríamos ter caso este país fosse, conforme todos nos prometeram, descentralizado.

Mas se é evidente que já se nota um despertar das gentes do norte relativamente às injustas assimetrias deste país, também não deixa de ser verdade que ainda não nos insurgimos com a determinação que a situação justifica.

Pergunto:
Quantas pessoas vieram para as ruas no Porto, ou em Braga, por causa do traçado e dos timings TGV?

Na verdade,
Causa-me grande incomodidade verificar que as Injustiças causadas pela macrocefalia não provocam, ainda, qualquer reacção organizada.

A não ser uma cobarde resignação de todos nós.

Por um lado, sofremos para dentro.

Não explodimos como os espanhóis.

Por outro, não somos devidamente orientados por uma referência, por um líder, que assumidamente nos defenda.

Já viram que ao longo de tanto tempo ainda não fomos capazes de criar um líder político que defendesse os nossos interesses?

Dos políticos que aqui nasceram, muitos deles brilhantes, não houve um sequer que nos dissesse aquilo porque ansiosamente aguardamos: “Sou político, sou do Norte, quero defender a causa dos meus conterrâneos e, sosseguem, a última coisa que quero é ir para Lisboa”.

Infelizmente todos eles tiveram a mesma tentação fatal, isto é, não descansaram enquanto não chegaram a Lisboa, uns para deputados, outros para o governo…

E o Norte sente muito isso, só que sofre para dentro, pelo feitio próprio das nossas gentes.

Para se ver como sofre e não esquece, está o caso paradigmático do castigo que o povo do Porto infligiu ao Dr. Fernando Gomes que, incompreensivelmente, trocou a Presidência da Câmara do Porto pelo ministério da polícia de Lisboa. Como foi possível ter acontecido?

Acho que as gentes do Porto ficaram desiludidas, sentiram-se atraiçoadas.

Verificámos que não era aquela a pessoa que precisávamos.

Com todo o respeito pelo vosso trabalho e com o que é feito noutras iniciativas, julgo que não chegaremos a lado nenhum sem que tenhamos um canal político próprio que possa, de forma sistemática e organizada, defender os interesses do Norte.

Podem dizer: mas estamos todos fartos dos políticos e dos partidos! Também eu, e é por isso que faz falta quem faça política de forma diferente, uma politica próxima do eleitor e em que este se reveja.

Já viram o que seria um partido político do Norte que elegesse deputados?

Que forçasse uma verdadeira regionalização!

Temo, contudo, que tal não possa ser levado a cabo por impossibilidade legal/constitucional.

Alguém ainda tem dúvidas que o crescimento de Espanha se deve, em grande parte, à força das regiões autónomas e da vontade que têm de se afirmar?

A cumplicidade positiva entre as forças vivas de uma determinada zona com o poder político regional que as representa tem sido um dos segredos do crescimento de Espanha.

Repugna-me ter de continuar a eleger deputados que vão confortavelmente para o hemiciclo dizer que sim a tudo aquilo que o partido impõe, esquecendo, pura e simplesmente, que estão lá para defender os interesses das pessoas que os elegeram.

Não temos, em conclusão, um verdadeiro sistema representativo!
Manuel Cerqueira Gomes
Próximo capítulo " A mentira em que vivemos " a postar brevemente
Exército de Salvação Nacional
Batalhão Bússola
Pelotão de Co produção
Manuel Serrão

(No blogue "http://bussola.blogs.sapo.pt/" em 13-03-2008)

sexta-feira, 14 de março de 2008

triporto: RNTV em directo

Em referência ao comentário que efectuei há semanas atrás sobre o facto do site da Região Norte Televisão (http://www.rntv.pt/) estar em permanente "construção", é com grande prazer que informo os interessados que a "obra" já evoluiu e actualmente é possível visualizar a emissão em directo da referida estação...

Convém que acelerem ainda mais a "construção" não apenas do site mas também dos conteúdos pois com a venda da TV TEL à TvCabo a visibilidade será muito maior e a concorrência também...

O autismo do Poder face ao Norte

O Norte de Portugal passou, em poucos anos, de uma das regiões mais industrializadas da Europa para uma das mais pobres, atrás da Galiza e até mesmo da mais pobre das regiões espanholas, a Estremadura.

Hoje o Norte só é comparável com as regiões que pertencem aos países recém-entrados na União Europeia, mas com uma diferença. Enquanto o Norte nos últimos anos não tem sido capaz de crescer nem de criar empregos, essas outras regiões estão a crescer a um grande ritmo, o que significa que, a manter-se esta tendência e com o andar dos anos, acabarão por ultrapassar-nos.

A globalização tem sido muito madrasta para este Norte. O número de empresas que têm encerrado e os números de desempregados aí estão, com toda a crueldade, a mostrar essa evidência. Isto acontece porque o Norte não vive em mercado protegido, ao contrário de Lisboa, onde estão concentrados todos os serviços públicos, financeiros, seguros, tudo actividades que nada sofreram com o fenómeno da globalização, pois os clientes estão lá e não param de crescer. No Norte, onde o mercado não é protegido, há que seduzir e conquistar clientes, não basta estar à espera de que eles surjam. Este é o real significado da globalização que tornou para o Norte as coisas mais difíceis.

Perante este quadro, não se entende a passividade do Poder para com uma região que sofre de uma situação de tal modo grave que justifica a adopção de medidas excepcionais, através de um grande e ambicioso programa de emergência, que já deveria estar em marcha.

Uma correcta estratégia de crescimento para o Norte, onde vive um terço dos residentes em Portugal, é essencial para que o país possa apresentar melhores indicadores em termos económicos e sociais. O problema do Norte, pelas suas natureza e dimensão, não pode ser visto como uma questão regional. O problema do Norte é verdadeiramente uma questão nacional, porque se o Norte recuperar será o país, como um todo, que estará melhor.

Mas os factos mostram que há uma enorme insensibilidade política e social por parte do poder político face ao Norte e aos nortenhos.

Por exemplo, é chocante verificar que, dos grandes investimentos públicos a submeter a Bruxelas até 2013, listados na página 102 do Programa Operacional Temático Valorização do Território do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) e que totalizam um investimento de mais de 13 mil milhões de euros, ao Norte caberá apenas 4,6% desse montante, cerca de 600 milhões de euros, que serão distribuídos por três projectos, IP4 Vila Real/Quintanilha, plataforma logística de Leixões e IC 35 - Penafiel/Entre-os-Rios! São estes e só estes os três grandes projectos públicos que vão realizar-se no Norte nos próximos sete anos!

(...)


(Por Silva Peneda no "Jornal de Notícias" em 2-03-2008) - via blogue " http://regioes.blogspot.com/"

triporto: Música dedicada a Rui Rio...

Abrunhosa contra silêncio de Rui Rio


O músico Pedro Abrunhosa acusou Rui Rio de se manter "calado, sem dar voz às preocupações do Porto e da região Norte, que tem a obrigação de defender porque está a pensar num futuro político nacional".

O músico, que falou à Lusa à margem da iniciativa "Café literário", uma tertúlia levada a cabo anteontem à noite no Teatro Circo Café (novo espaço cultural situado no edifício do Theatro Circo em Braga), considera que Rio está a "hipotecar os interesses da cidade e da sua região à sua carreira política pessoal".

"Rui Rio nada disse quanto à Ota, que era uma sentença de morte ao aeroporto Sá Carneiro e uma machadada na região, nada diz quanto ao traçado do TGV, que é também extremamente prejudicial para os interesses do Norte, e brilha pelo silêncio quanto à criminalidade violenta no Porto, porque quer conservar uma boa imagem nacional, hipotecando os interesses da região ao seu futuro político", afirmou.


(No "Jornal de Notícias" em 14-03-2008)

triporto: Constatação de um facto...A "santa e imaculada" Carolina vale zero...nicles...nada... + os abutres do costume...

Ditos da rua


"Há fotos da Carolina, mas ela não se lembra"

Há frases, simples, curtas, ditas por graça, que são o melhor retrato da realidade. Ontem, ao princípio da tarde, na reunião com a chefia, um fotógrafo interrompeu a reunião para fazer aquele aviso. O aviso é bem mais do que isso. A justiça está a ouvir Carolina Salgado. Ela depõe contra Pinto da Costa. Faz acusações graves, mas está esquecida de uma série de pormenores importantes. Na "rua" - a mesma "rua" que, de repente, ganhou o estatuto de local da verdade, desde que aí foi afrontada a ministra da Educação - o depoimento de Carolina vale zero, porque ela não se lembra de algumas coisas essenciais para sustentar as acusações. Até a própria justiça já lhe atribuiu o valor zero quando, há semanas, não levou por diante uma acusação contra ela porque a dita só estava sustentada no seu próprio depoimento (sim, fora ela quem tratara das coisas para que fosse dada uma tareia em Bexiga, confessara, pelos vistos sem que isso valesse mais do que zero).

Valendo Carolina zero, o arrastar destes processos que a têm como sustentáculo único torna-se penoso para a própria Justiça. Uma Justiça que queira ser credível tem que assentar em gente credível. Ou Maria José Morgado tem mais coisas contra Pinto da Costa do que os depoimentos da frágil Carolina ou então o melhor é entregar os pontos .

PS - As opções que Luís Filipe Menezes tem tomado - nem sempre as melhores, diga-se - suscitaram esta semana uma forte oposição interna. Independentemente dos conteúdos das críticas, seguramente respeitáveis, há que dizer em defesa de Menezes o seguinte todas as críticas vindas a público eram subscritas por dirigentes que ou saíram derrotados no último Congresso ou nem sequer lá foram - a maioria --, perdendo por falta de comparência. Nem uma coisa nem outra lhes retira o direito de crítica. Mas uma coisa e outra explicam alguma coisa.


(Por José Leite Pereira no "Jornal de Notícias" em 14-03-2008)

quarta-feira, 5 de março de 2008

triporto: Excelente designação para os hipócritas convertidos ao centralismo...

...infelizmente bastantes deles oriundos da minha região e alguns deles da minha cidade, esses sim, os que me causam mais revolta e desprezo...


O lisbonário


O lisbonário não é lisboeta. Não se confundam os dois géneros. O lisboeta, o verdadeiro alfacinha, nasceu lá e é filho de várias gerações também lá nascidas. Vive em Alfama, no Castelo, em Campo de Ourique ou em Campolide. Os de extracção mais recente nos Olivais ou em Chelas. O lisbonário não. O lisbonário nasceu lá para as beiras, Trás-os-Montes… alguns até no Porto.

O alfacinha, tirando obviamente as chamadas classes “altas”, que, mau grado, existem em todo o lado, é povo – mesmo povão. O lisbonário não. O lisbonário é filho da pequena nobreza e pequena burguesia rurais. É filho do médico das pequenas cidades de província, do mestre-escola, ilegítimo de padre com mais amor a rabo de saia do que ao evangelho, do farmacêutico, do lavrador mais ao menos abastado, do pequeno funcionário público, do chefe da estação (no tempo em que os havia), do comerciante relativamente bem sucedido, e por aí abaixo…

O lisbonário estudou. Foi à universidade. Tirou curso. Em direito ou finanças principalmente. Senhores engenheiros também. O seu primeiro objectivo é trabalhar para o estado. Arranjar emprego público. Seguro. Sem chatices. Para começar não é mau. Os de direito sonham em chegar a juízes, procuradores, agentes da PJ. É bom andar de comboio, sem pagar, em 1ª classe, e poder passear a nossa arrogância sobre os passageiros e funcionários. O trabalho também não mata. De Coimbra a Lisboa é um tirinho e 4ª feira à tarde já estamos de regresso.

Mais tarde ou mais cedo, o lisbonário muda-se para Lisboa. Arranjou colocação num ministério. Foi promovido. Ou então subiu na hierarquia e já manda. Manda no país. Suprema condição. Eu, o Zé da loja, mando no país todo.

O lisbonário nunca perde afinal a sua condição de provinciano. Mesmo em Lisboa, e a mandar, nunca saiu afinal da sua aldeia mental. O lisbonário acha que só ele é que sabe. O lisbonário não confia em ninguém. O lisbonário julga que todos os que não chegaram a Lisboa – onde ele chegou! – não são competentes. O lisbonário, em Lisboa, tem um terror irracional aos que fora de Lisboa possam ser melhores que ele. O lisbonário quer controlar tudo. O lisbonário gosta de humilhar. O lisbonário quando falha é exímio em sacudir a água do capote atirando as culpas para fora de Lisboa, onde ele está. A culpa é sempre da “província”. Quanto mais para norte mais "província". O lisbonário só confia nele e nos seus apaniguados igualmente lisbonários. Os lisbonários são maioritariamente adeptos do Benfica, porque sim e porque fica sempre bem. Alguns são procuradores. Gerais e generais. Outros são políticos. Até engenheiros com projectos assinados. Todos eles são nada.


(Por António Alves no blogue "http://norteamos.blogspot.com/" em 3-03-2008)

domingo, 2 de março de 2008

triporto: Escandaloso...

...um "hórrór" como se costuma dizer lá em baixo...

Ora bem...um passarinho vindo da capital do Império e de passagem pela Invicta confidenciou-me que Pinto Monteiro, o famoso procurador especialista em criar equipas especiais como quem muda de camisas, vai voltar a fazê-lo mas para "hórrór" das hostes centralistas desta vez vai utilizar elementos do DIAP do Porto para investigar as recentes mortes sucedidas na zona de lisboa...

Segundo o mesmo passarinho, que como é óbvio não vou identificar, Pinto Monteiro tenta desta forma "calar" a contestação cada vez mais notório dos elementos da Invicta...

Ora eu, triporto, recuso-me a acreditar nesta possibilidade pois estou convicto que equipas especiais para investigar seja o que for só se forem oriundas da capital do Império pois já provaram a sua eficácia, como por exemplo no arquivamento da agressão a Bexiga de uma forma clara e inequívoca...

Aliás, se há coisa que já reparei nas equipas especiais criadas por Pinto Monteiro é a sua "eficácia" a sacudir a água do capote e a pôr a culpa em terceiros para desculpar incompetências próprias...


Palermo e palermas

O país vive confrontado com uma das guerras mais intensas e politicamente relevantes dos últimos meses - as divergências agudas entre magistrados e polícias. O facto mereceu ontem parcos minutos do tempo do Governo e da Oposição no debate quinzenal na Assembleia da República. Os contendores preferiram dedicar-se a um jogo estranho saber quem é, afinal, o caloteiro do regime!

E, contudo, o país agradeceria que a matéria em causa fosse explicitada por quem tem obrigação de a explicitar. É que, num país que se leve a sério, as razões do desaguisado não podem passar em branco.

Assim de repente, elas parecem mais ou menos claras. Mas as aparências, como se sabe, iludem. O procurador-geral da República tem gasto boa parte do seu tempo a diminuir os magistrados e a Polícia Judiciária do Porto. Ao criar "equipas especiais" mandadas vir de Lisboa para atacar matérias mediáticas, Pinto Monteiro diz duas coisas que a Norte não há gente competente para tratar de temas tão gravosos; e que o Norte, por estar a transformar-se perigosamente numa espécie de Palermo, precisa de que o salvem. E assume uma terceira: o controlo efectivo da PJ. Se o poder político a Norte caucionar, como tristemente caucionou , esta brilhante tese, está o caldinho feito.

Há quem ainda acredite na bondade do procurador. Lamentavelmente, os factos mais recentes desmentem uma visão tão despreocupada da matéria. O director nacional da PJ convidou para mandar na PJ do Porto um magistrado que, pecado dos pecados, é amigo de Pinto da Costa e que, de repente, viu a sua honorabilidade posta em causa na praça pública. O procurador da República não gosta do magistrado, que entretanto tinha aceitado o honroso convite. Vai daí, o magistrado é empurrado pela borda fora, com o jeitinho e as conspirações do costume. O director nacional da PJ fica desgostoso, mas não se demite. Finalmente, é escolhido um novo magistrado (será adepto do F. C. Porto?) para a PJ do Porto, este supostamente do agrado do procurador.

E pronto. Assim se resolve o problema. Interessa que tenha havido muito boa gente tratada como palerma no meio disto tudo? Importa que a questão não dê lugar a explicações públicas do Governo e/ou a perguntas da Oposição? Importa, mas pouco.


(Por Paulo Ferreira no "Jornal de Notícias" em 1-03-2008)