...um "hórrór" como se costuma dizer lá em baixo...
Ora bem...um passarinho vindo da capital do Império e de passagem pela Invicta confidenciou-me que Pinto Monteiro, o famoso procurador especialista em criar equipas especiais como quem muda de camisas, vai voltar a fazê-lo mas para "hórrór" das hostes centralistas desta vez vai utilizar elementos do DIAP do Porto para investigar as recentes mortes sucedidas na zona de lisboa...
Segundo o mesmo passarinho, que como é óbvio não vou identificar, Pinto Monteiro tenta desta forma "calar" a contestação cada vez mais notório dos elementos da Invicta...
Ora eu, triporto, recuso-me a acreditar nesta possibilidade pois estou convicto que equipas especiais para investigar seja o que for só se forem oriundas da capital do Império pois já provaram a sua eficácia, como por exemplo no arquivamento da agressão a Bexiga de uma forma clara e inequívoca...
Aliás, se há coisa que já reparei nas equipas especiais criadas por Pinto Monteiro é a sua "eficácia" a sacudir a água do capote e a pôr a culpa em terceiros para desculpar incompetências próprias...
Palermo e palermas
O país vive confrontado com uma das guerras mais intensas e politicamente relevantes dos últimos meses - as divergências agudas entre magistrados e polícias. O facto mereceu ontem parcos minutos do tempo do Governo e da Oposição no debate quinzenal na Assembleia da República. Os contendores preferiram dedicar-se a um jogo estranho saber quem é, afinal, o caloteiro do regime!
E, contudo, o país agradeceria que a matéria em causa fosse explicitada por quem tem obrigação de a explicitar. É que, num país que se leve a sério, as razões do desaguisado não podem passar em branco.
Assim de repente, elas parecem mais ou menos claras. Mas as aparências, como se sabe, iludem. O procurador-geral da República tem gasto boa parte do seu tempo a diminuir os magistrados e a Polícia Judiciária do Porto. Ao criar "equipas especiais" mandadas vir de Lisboa para atacar matérias mediáticas, Pinto Monteiro diz duas coisas que a Norte não há gente competente para tratar de temas tão gravosos; e que o Norte, por estar a transformar-se perigosamente numa espécie de Palermo, precisa de que o salvem. E assume uma terceira: o controlo efectivo da PJ. Se o poder político a Norte caucionar, como tristemente caucionou , esta brilhante tese, está o caldinho feito.
Há quem ainda acredite na bondade do procurador. Lamentavelmente, os factos mais recentes desmentem uma visão tão despreocupada da matéria. O director nacional da PJ convidou para mandar na PJ do Porto um magistrado que, pecado dos pecados, é amigo de Pinto da Costa e que, de repente, viu a sua honorabilidade posta em causa na praça pública. O procurador da República não gosta do magistrado, que entretanto tinha aceitado o honroso convite. Vai daí, o magistrado é empurrado pela borda fora, com o jeitinho e as conspirações do costume. O director nacional da PJ fica desgostoso, mas não se demite. Finalmente, é escolhido um novo magistrado (será adepto do F. C. Porto?) para a PJ do Porto, este supostamente do agrado do procurador.
E pronto. Assim se resolve o problema. Interessa que tenha havido muito boa gente tratada como palerma no meio disto tudo? Importa que a questão não dê lugar a explicações públicas do Governo e/ou a perguntas da Oposição? Importa, mas pouco.
(Por Paulo Ferreira no "Jornal de Notícias" em 1-03-2008)
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