sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

triporto: A figurinha do momento...

Se há coisas que detesto são centralistas mas pior do que isso são centralistas convertidos às três pancadas, ressabiados e hipócritas...



As costas largas do F.C. Porto

As declarações de Pacheco Pereira em que ele estabelece uma ligação entre a sucessão de assassinatos de pessoas ligadas à noite, o F.C. Porto e o PS Porto seriam risíveis, apesar de insultuosas para as instituições visadas, se não reflectissem também uma visão etnocêntrica, que teima em reduzir os portuenses a portistas. Mas também não é de estranhar vindo de quem um dia descobriu que no Porto se vivia um clima de "guerra civil" só porque ouviu insultos durante uma campanha eleitoral.

Achar que o futebol está na raiz destes crimes é ver pequeno, é esconder as condições sociais, civilizacionais e criminais que permitiram que eles aconteçam. É, se quiserem, equiparável a considerar que o massacre de Columbine pode ser atribuível à música de Marilyn Manson, ou que o aparecimento de grupos de Extrema- -Direita se deve ao Benfica ou ao Sporting.

Quanto à gestão autárquica, acho que sim. Apesar de algumas tentativas, os socialistas não conseguiram inverter o abandono do centro histórico, que, irremediavelmente, se acentuou quando, em anteriores mandatos, começaram a desenraizar-se populações para os bairros sociais. Mas, e o senhor que lá está agora, vai para sete anos, não tem nunca contas a prestar? Acabar com as instituições de apoio social no centro histórico ou desmantelar o Observatório de Segurança contam como factores positivos? E o que tem feito o Conselho Municipal de Segurança durante estes meses? Existe?

O presidente Rui Rio, tão lesto a acusar a Polícia de baixar os braços, devia olhar para a sua autarquia e explicar aos munícipes como tem permitido que tantas discotecas, essas sim no cerne destes crimes, funcionem sem licença, sem ser encerradas, ajudando à sensação de impunidade em que esta gente se movimenta.

Crimes como estes não são facéis de explicar, as suas razões profundas são difíceis de entender . Fácil, fácil, é dizer que a culpa é do F.C. Porto.

(Por David Pontes no "Jornal de Notícias" em 14-12-2007)
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Companheirão

Para Pacheco Pereira não há por aí crime violento que não envolva a claque do FC Porto. Assim mesmo: uma claque! Ora, em boa verdade, entre os sócios do FC Porto, não há uma claque e sim duas.

É pelo rigor, ou pela falta dele, que podemos avaliar se uma opinião está destinada ao debate de ideias ou a alimentar uma campanha. No caso, conforme sublinharam os outros dois comentadores do programa "Quadratura do Círculo" da SIC Notícias, Jorge Coelho e Lobo Xavier, não é intelectualmente aceitável circunscrever a escalada de crimes violentos ao futebol, a uma claque e a uma cidade.

No caso de Pacheco Pereira, é tanto mais impróprio quanto a sua ambição ao reconhecimento público como intelectual e guia de opinião. E até uma ameaça na medida em que ele ostenta os títulos de professor, sociólogo, historiador e do seu currículo fazem parte cargos públicos como o de ex-deputado, ex-eurodeputado, ex-dirigente nacional do PSD e ex-mandatário de Rui Rio na primeira candidatura à Câmara Municipal do Porto.

Aliás foi num desses momentos da sua vida pública, precisamente a primeira campanha eleitoral de Rio para a presidência da Câmara, que Pacheco revelou ter sido ameaçado fisicamente, em plena Ribeira do Porto. Já na altura, dissera ele, pela tal claque.

Que este episódio de uma campanha eleitoral do PSD anti-Pinto da Costa, à época apoiante do regresso de Fernando Gomes à presidência do município, sirva, agora, de nexo de causalidade para uma campanha extra-eleitoral é verdadeiramente nojento.

Mas de Pacheco Pereira podemos esperar tudo desde que vivamos na Área Metropolitana do Porto. A mais recente testemunha disto mesmo foi Luís Filipe Menezes e o seu "staff" cujos métodos na campanha eleitoral para a presidência do PSD o companheiro Pacheco comparou ao então muito falado bando do multibanco.

Um companheirão, este companheiro Pacheco que, além do mais, deve sofrer de autismo. De outro modo, teria dado ouvidos ao companheiro Rio que já declarou que em vez de tanto Apito Dourado do que as polícias deviam tratar em força era desta onda de criminalidade violenta.

(Por Manuel Tavares no jornal "O Jogo" em 14-12-2007)
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De novo, o ódio de Pacheco Pereira

Outra dúvida que não tenho, é sobre o desprezo que Pacheco Pereira dedica à terra de onde consta ser originário.

Este político arrogante, tal como o seu fiel amigo Rui Rio, é dos portuenses mais atípicos que a cidade já conheceu.

Hiper-convencido dos seus dotes intelectuais (que alguns lhe reconhecem), deixa-se trair amiúde pelo seu perfil ressabiado contra os portuenses, em particular contra aqueles que tiveram o azar (a felicidade, digo eu) de gostar do clube mais representativo da cidade, o F. Clube do Porto.

Da mesma forma se trai, quando se vê compelido a comentar algum acontecimento desagradável de claques ou de dirigentes de futebol afectos à zona da capital, sendo fácil notar-lhe muita contenção nas palavras e uma suavidade tolerante que nunca usa quando a crítica tem como alvo o clube azul e branco.

Raramente o ouvimos referir-se, com a contundência que o notabiliza, a barbaridades perpetadas em recintos desportivos da capital e quando o faz tem sempre o cuidado de não se exceder para não cair em desgraça na plateia e no palco que lhe mima o ego e abastece a carteira.

Recordo aqui há uns anos, a agressão bárbara sofrida por atleta de hóquei-em-patins do FCPorto, em que sofreu traumatismo craniano provocado por adeptos benfiquistas em Lisboa e nunca me dei conta de ter feito um comentário categórico de repulsa ao acontecimento. Passa-lhe sempre ao lado, são minudências...

Ontem vi, como vejo muitas vezes, o programa "Quadratura do Círculo", e de novo Pacheco Pereira extravazou no azedume que nutre pela cidade que o viu nascer. De novo, os seus comentários roçaram os limites da calúnia e da insinuação, dando claramente a entender (quase levando Lobo Xavier a perder a compustura) que os recentes crimes ocorridos no Porto estariam ligados às claques dos super-dragões e ao F. Clube do Porto.

Em suma: nem os adversários do clube portuense conseguem ser tão insinuantes quanto este produto híbrido do Porto.

Se há palavra que lhe assenta que nem uma luva, só pode ser esta: DIFAMADOR

(Por Rui Valente no blogue "http://renovaroporto.blogspot.com/" em 13-12-2007)
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Quo Vadis Pacheco?

Lê-se hoje no Público que Pacheco Pereira, portuense, intelectual sempre pronto a botar opinião sobre tudo e mais alguma coisa, professor universitário numa instituição conceituada na área das ciências sociais, historiador com muitas obras publicadas, enveredou pela demagogia mais básica. Num registo populista, bem ao gosto dos leitores do Correio da Manhã, público que aliás conhece bem, resolveu estabelecer uma ligação directa entre a onda de violência na cidade do Porto e os Super Dragões. Tal como um tal de Domingos Amaral que não tem pejo em fazer insinuações torpes e tirar conclusões espúrias, Pacheco deixou-se levar pelo ressentimento.

Fernando Madureira, famoso líder dos também famosos Super Dragões - uns tipos que ululantes e enjaulados assistem aos jogos do FC Porto -, mais conhecido como "o macaco", também ele autor duma coisa a que chama "livro", demonstrou, apesar da ausência de títulos académicos e obra publicada que possam ser comparados a Pacheco, possuir um maior lastro sociológico que o grande intelectual. Lapidar disse que a " claque é grande", que engloba diversos "grupos e classes sociais" e que nela coexistem "polícias e ladrões... não somos mais do que uma micro-sociedade". Não se pedia que Pacheco tivesse o discernimento de João Cardoso Rosas, mas esperava-se mais. A sorte de Pacheco é defrontar-se semanalmente com Jorge Coelho e não com o Madureira. Era uma abada!

Entretanto o procurador acordou e chegou à conclusão que pelo menos a PJ do Porto não é a "melhor do mundo". Falta saber se a emenda não é pior que o soneto.

(Por António Alves no blogue "http://norteamos.blogspot.com/" em 13-12-2007)

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