terça-feira, 11 de dezembro de 2007

triporto: E a palhaçada continua...

...Agora que as cimeiras e os tratados na capital do Império acalmaram um pouco, vamos ver se é desta que o Estado português tem tempo para pôr um fim às mortes no Porto...a não ser que estejam à espera que morra algum inocente por uma qualquer bala perdida...

Sobre este assunto alguns comentários interessantes:


O mundo do avesso

Enquanto o nosso primeiro-ministro, com aquele sorriso de provinciano deslumbrado consigo mesmo, reunia com o maior ajuntamento de facínoras que jamais foi feito na Europa, as coisas cá pelo Porto, e não só, pioraram.

Enquanto os nossos governantes andam entretidos a "resolver" os problemas de África, precisamente com aqueles que são os principais responsáveis pela infame situação dos povos desse continente, a incompetência das nossas polícias ganha contornos de record europeu. A famosa Polícia Judiciária - "uma das melhores do mundo" - depois de meses a ser literalmente gozada pela imprensa britânica, continua a sua incomparável saga de incompetência mostrando-se absolutamente incapaz de travar a onda de criminalidade violenta que assola o Porto. Depois de seis assassinatos em apenas 4 meses, vídeos na Internet e entrevistas nos jornais, a PJ continua às aranhas. Parece que só é capaz de sacar confissões às mães das infelizes joanas deste mundo. O senhor presidente da Câmara, nos intervalos da sua vida entre o gabinete da Câmara e os fins-de-semana em Viana, diz umas vacuidades sobre a situação.

Mas nada disto admira num país cujo procurador geral ouve ruídos estranhos no telemóvel, pensa que não é necessário um esforço suplementar na investigação do caso Casa Pia, apesar dos fortes indícios de continuada actuação de redes pedófilas em volta da instituição. Mas para fazer uma entrada de leão, e dar circo aos famosos "seis milhões" de cidadãos, nomeou uma procuradora especial para investigar a batota no jogo da bola. Esta, por sua vez, veio cá com grande aparato, usou três automóveis, e deslocou-se em grande velocidade pela cidade em holliwoodescas manobras de diversão.

Aquilo que interessa, aquilo que verdadeiramente afecta a vida dos cidadãos, ninguém mostra vontade de querer resolver. O senhor Sócrates e um tal de Durão (o tal que viu, com aqueles que a terra há-de comer, documentos que provavam a existência segura de armas de destruição maciça no Iraque, e mais tarde desertou do cargo de primeiro-ministro quando se apercebeu que não tinha arcaboiço para a dureza da tarefa), convivem com cleptocratas como o senhor presidente de Angola, déspotas como o senhor Mugabe, ditadores senis e ridículos como Ghadaffi (parece que é assim que o homem se chama agora) e esquecem-se dum país real que se afunda e onde cada vez mais, particularmente nesta região, os seus melhores voltam a ter que emigrar aos milhares.

A festarola parece que custou largos milhões de euros. Não faz mal, fecham-se mais umas escolas, maternidades e urgências no interior.

Tirem-de daqui!!

(Por António Alves no blogue "http://norteamos.blogspot.com/" em 10-12-2007)



Demitam-se as autoridades

Bem vistas as coisas, trata-se de criminosos da treta. Reparem: não alteram trajectos diários, deixam os corpos, as balas, anunciam os crimes antes de os realizar, envolvem-se em lutas nas ruas quando deviam evitar dar nas vistas, praticam o crime em locais com testemunhas, enviam SMS, está bom de ver que são uns gangsters fraquinhos.

Mas a tolerância tem que ser zero, e se a nossa Polícia não consegue resolver crimes à escâncara, tão precários como estes, tem que ser substituída imediatamente. Sem o mínimo receio ou adiar da situação, Polícia não resolve vai para a rua, não pode haver desculpas ou tentativas de minimizar a situação. Pagamos impostos para que estas situações não aconteçam, este ano pagamos milhares de euros em multas que acresceram às receitas dos impostos, não podemos tolerar uma incompetência destas. Se não houvesse rastos, se os corpos não existissem, até se tolerava. Agora num panorama destes, admite-se este comportamento por parte das Autoridades e do Governo?

O crime por encomenda não pode deixar ninguém seguro. Hoje são os empresários da noite, amanhã é outra pessoa qualquer. Desde o momento em que se sabe que há pessoas dispostas a matar que ficam impunes, não faltará dinheiro para pagar ajustes de contas, não faltarão criminosos dispostos a ganhar esse dinheiro, e não faltarão pessoas que se sentindo inseguras tudo farão para adquirir uma arma que hipoteticamente as defenda.

A Polícia não serve, demite-se a Autoridade e o Ministro.

(Por Cristina Santos na "A Baixa do Porto" em 10-12-2007)




Segurança: O vice-versa do centralismo não funciona

Aqui há uns anos, bastou que fosse ministro da administração interna uma figura do Porto, para que imediatamente a comunicação social centralista o desacreditasse e convencesse a opinião pública que o país passava por uma enorme vaga de assaltos, sobretudo a bombas de gasolina da “grande” Lisboa. Como disse o Manuel Serrão aqui, Fernando Gomes foi “praticamente acusado de violar a Lídia Franco em plena autoestrada”. Quando Gomes deixou o poder, magicamente acabaram os assaltos.

Passados uns tempos passa-se precisamente o contrário. No Grande Porto acontecem crimes muito mais graves, desde assaltos a bancos, a frequentes “car jackings”, até aos “simples” assassinatos selectivos. O que acontece? A Polícia actua? O governo centralista ou ministro já fizeram alguma coisa? E a comunicação social? Fez o mesmo tipo de cobertura?

PS: Ainda iremos mais longe? Acho que vale a pena ler o seguinte excerto desta notícia:

"Ele estava no passeio em Miragaia a disparar para baixo. Depois entrou no BMW escuro e acelerou em direcção à Foz do Douro. Ouviram-se então dois disparos para o ar. «Dizem que é a assinatura dele quando mata alguém», referem algumas testemunhas."

Nunca pensei ver uma descrição destas associada à minha cidade.

(Por João Medina na "A Baixa do Porto" em 11-12-2007)


triporto:...E no seguimento deste ultimo copy-paste e ainda relacionado com a passagem de Fernando Gomes pelo governo, volto aqui a colocar o seguinte comentário no mínimo excelente:


Faroeste, Dupla Ética e Xenofobia

Quase todos os meses víamos notícias sobre mortes e violência na noite de Lisboa. Recentemente o fenómeno chegou ao Porto, com várias mortes nos últimos meses. Curiosamente, o Porto foi rapidamente comparado à Chicago de Al Capone, os arautos do costume falaram em máfias, e repisou-se o novo estereótipo que querem impor aos tripeiros, uma verdadeira pentalogia do crime: Futebol, Câmaras municipais, Negócios da noite, Ministério Público, e Polícia.

Se há algo que salta à vista é a dupla ética dos meios de comunicação social. A violência habitual em Lisboa é tratada como uma coisa típica de uma grande metrópole, própria do desenvolvimento. A violência esporádica (pois não é habitual) no Porto, muito menor que em Lisboa, é tratada como uma coisa siciliana, própria de uma região sub-desenvolvida povoada por gente mafiosa.

Obviamente que isto são ideias que só poderiam vir de mentes peregrinas que vivem noutro mundo. As discotecas são um negócio excelente para lavar dinheiro (alguém passa factura?). A consequência é simples: tendem a ser dominadas pelo sub-mundo do crime. Mas os "iluminados" pensam que isso só acontece na terra dos outros.

Hoje, pelos vistos (infelizmente), os problemas com seguranças de discotecas voltaram a acontecer. Desta vez em Lisboa. Pergunto-me então se somos todos metrópole ou Sicília. Uma coisa é certa. Os arautos do costume não se atreverão a comparar a capital com Chicago, nem a falar de máfias a controlar a noite.

Por vezes pergunto-me se as gentes do Norte conseguem perceber a discriminação que sofrem nos meios de comunicação social (ainda por cima nos públicos, pagos por todos nós). Encontrei a resposta na leitura destes comentários. Os nortenhos não andam a dormir.

Recordo-me ainda do ex-ministro Fernando Gomes (e ex-presidente da CMPorto). Foi completamente perseguido pela imprensa por duas razões: por dispensar os cerca de 40 assessores de imprensa (grande poupança de custos) e por ser do Porto (e do FCP). A criminalidade não subiu, mas as notícias de crimes (sempre na linha de Sintra) não pararam enquanto ele não foi "remodelado". Até a Lídia Franco veio para os telejornais dizer que achava que a tinham querido violar.

A linha de Sintra ainda lá está, e a Lídia Franco continua... Mas agora surgiu uma nova onda de crime, que percorre as duas maiores cidades portuguesas. Começou desde que o Ministro Rui Pereira tomou posse. Pela mesma razão, os Media já deveriam estar a pedir a sua cabeça. Ah, mas falta a outra razão: ele não é do FCP...

Não sou ingénuo: a culpa não é dos lisboetas. É dos imbecis preconceituosos (e que sofrem de futebolite) que dominam a comunicação social. Ainda assim, confesso que por vezes me dói a alma de viver num país onde a xenofobia entre portugueses é tão impune, e onde a política tem mais em conta o futebol do que a justiça e o bem estar das populações.

(Por Pedro Menezes Simoes no blogue "http://norteamos.blogspot.com/" em 3-09-2007)

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