No passado mês de Março escrevi um comentário no blogue Regionalização que depois o António Almeida Felizes resolveu reproduzir como post. Pela actualidade e pertinência do tema repito-o, desta vez aqui, com alguns ajustes.
A região Norte tem 4 milhões de habitantes, o distrito do Porto tem mais de 2 milhões e cresce. O Grande Porto tem uma área de influência de mais de 3 milhões de habitantes.
Os transmontanos e bracarenses que escolham. O Porto por si só é suficiente para ser uma região autónoma. O Norte sem o Porto não sobrevive.
Esse discurso do centralismo do Porto é uma das mais bem sucedidas mentiras postas a circular pelos inimigos da regionalização. As principais vozes que se ouvem em defesa do Douro e Minho até são ligadas ao Porto. Quem tem defendido a reabilitação da Linha do Douro? E o Comboio moderno para Vigo que atravessará o Minho? Quem tem berrado em defesa da indústria do Ave? Quem tem feito coro em defesa do desenvolvimento turístico do vale do Douro?
Infelizmente, tanto no Minho como no Douro não têm faltado autarcas (e não só) que se vendem rapidamente por um prato de lentilhas. O fecho da Linha do Douro do Pocinho à Barca, da Linha do Corgo de Vila Real em diante, da Linha do Pocinho a Duas Igrejas, de Valença a Monção, assim como a da Amarante ao Arco de Baúlhe ou os recentes encerramentos de urgências no Minho, são exemplos eloquentes da pusilanimidade de muitos autarcas do Minho, Douro e Trás-os-Montes (e não só) que trairam as suas populações por 10 reis de mel coado.
Tenho a certeza que a maioria dos portuenses não se incomodaria se colocassem a "capital" (são 6 os membros do executivo regional - como vêem uma fantástica e numerosa classe política) noutro sítio qualquer (por mim pode ser Braga, pelo significado histórico e até devido às minhas origens familiares, mas qualquer outra me serve).
A regionalização implicará necessariamente uma outra ordem e não a cópia do pior que existe neste momento - Lisboa. Deverá instituir-se um modelo que se apoia na multi polaridade que é característica da Região Norte. Deve adoptar-se o funcionamento em rede, com as valências distribuidas. Por exemplo: transportes e economia no Porto, indústria em Braga, Cultura em Guimarães, agricultura e turismo em Vila Real, pescas em Matosinhos, Ciência em Aveiro, se for caso disso. Outras hipóteses podem ser apontadas.
Aqui existem vários centros de excelência: Porto, Braga, Guimarães, Vila Real e até Aveiro se esta cidade decidir juntar-se ao Norte. Repare-se que se traçarmos um raio de 60 km com centro no Porto englobamos na sua circunferência um conjunto de grandes e dinâmicas cidades portuguesas. Por aqui não existe um eucalipto que tudo seca em volta como acontece no sul.
O peso demográfico do Grande Porto é suficiente para garantir o papel desta metrópole em qualquer modelo. Mesmo que existam tiques centralistas qual será melhor: um centralismo a 400 km de distancia e de costas voltadas para o Norte, ou um a 50/100 km e com grandes afinidades, até pela imensa mole de naturais, com o Minho, o Douro e o Vouga?
Decidam-se: para o Porto basta que a área metropolitana vote sem margem para dúvidas na regionalização que ela fazer-se-à pelo menos na Grande Área Metropolitana do Porto. Não haverá governo capaz de aguentar a pressão política, a menos que se disponha a enfrentar uma revolta. A partir desse dia será insustentável manter o Porto na menoridade política. Quem quiser vir atrás que venha. Acabaram-se os tempos das contemporizações. A hora é de acção. Caminhemos juntos!
Agora uma pergunta: conseguem perceber no mapa qual é a região no noroeste da península cuja densidade e volume populacional é a única capaz de pedir meças à região de Madrid?
PS - Esta é a minha última intervenção neste blogue. Um abraço
(Por António Alves no blogue "http://norteamos.blogspot.com/" em 2-11-2007)
A região Norte tem 4 milhões de habitantes, o distrito do Porto tem mais de 2 milhões e cresce. O Grande Porto tem uma área de influência de mais de 3 milhões de habitantes.
Os transmontanos e bracarenses que escolham. O Porto por si só é suficiente para ser uma região autónoma. O Norte sem o Porto não sobrevive.
Esse discurso do centralismo do Porto é uma das mais bem sucedidas mentiras postas a circular pelos inimigos da regionalização. As principais vozes que se ouvem em defesa do Douro e Minho até são ligadas ao Porto. Quem tem defendido a reabilitação da Linha do Douro? E o Comboio moderno para Vigo que atravessará o Minho? Quem tem berrado em defesa da indústria do Ave? Quem tem feito coro em defesa do desenvolvimento turístico do vale do Douro?
Infelizmente, tanto no Minho como no Douro não têm faltado autarcas (e não só) que se vendem rapidamente por um prato de lentilhas. O fecho da Linha do Douro do Pocinho à Barca, da Linha do Corgo de Vila Real em diante, da Linha do Pocinho a Duas Igrejas, de Valença a Monção, assim como a da Amarante ao Arco de Baúlhe ou os recentes encerramentos de urgências no Minho, são exemplos eloquentes da pusilanimidade de muitos autarcas do Minho, Douro e Trás-os-Montes (e não só) que trairam as suas populações por 10 reis de mel coado.
Tenho a certeza que a maioria dos portuenses não se incomodaria se colocassem a "capital" (são 6 os membros do executivo regional - como vêem uma fantástica e numerosa classe política) noutro sítio qualquer (por mim pode ser Braga, pelo significado histórico e até devido às minhas origens familiares, mas qualquer outra me serve).
A regionalização implicará necessariamente uma outra ordem e não a cópia do pior que existe neste momento - Lisboa. Deverá instituir-se um modelo que se apoia na multi polaridade que é característica da Região Norte. Deve adoptar-se o funcionamento em rede, com as valências distribuidas. Por exemplo: transportes e economia no Porto, indústria em Braga, Cultura em Guimarães, agricultura e turismo em Vila Real, pescas em Matosinhos, Ciência em Aveiro, se for caso disso. Outras hipóteses podem ser apontadas.
Aqui existem vários centros de excelência: Porto, Braga, Guimarães, Vila Real e até Aveiro se esta cidade decidir juntar-se ao Norte. Repare-se que se traçarmos um raio de 60 km com centro no Porto englobamos na sua circunferência um conjunto de grandes e dinâmicas cidades portuguesas. Por aqui não existe um eucalipto que tudo seca em volta como acontece no sul.
O peso demográfico do Grande Porto é suficiente para garantir o papel desta metrópole em qualquer modelo. Mesmo que existam tiques centralistas qual será melhor: um centralismo a 400 km de distancia e de costas voltadas para o Norte, ou um a 50/100 km e com grandes afinidades, até pela imensa mole de naturais, com o Minho, o Douro e o Vouga?
Decidam-se: para o Porto basta que a área metropolitana vote sem margem para dúvidas na regionalização que ela fazer-se-à pelo menos na Grande Área Metropolitana do Porto. Não haverá governo capaz de aguentar a pressão política, a menos que se disponha a enfrentar uma revolta. A partir desse dia será insustentável manter o Porto na menoridade política. Quem quiser vir atrás que venha. Acabaram-se os tempos das contemporizações. A hora é de acção. Caminhemos juntos!
Agora uma pergunta: conseguem perceber no mapa qual é a região no noroeste da península cuja densidade e volume populacional é a única capaz de pedir meças à região de Madrid?
PS - Esta é a minha última intervenção neste blogue. Um abraço
(Por António Alves no blogue "http://norteamos.blogspot.com/" em 2-11-2007)
1 comentário:
Sim, provavelmente por isso e
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