De Rui Valente, no blogue "A Baixa do Porto" (http://www.porto.taf.net/) em 5-09-2007
Mostra-se-lhes o dedo e levam-nos o braço! Nada original, mas muito típico nos meninos que hoje mandam nas televisões lisboetas - perdão -, queria dizer nacionais.
O melhor indicador da disfuncionalidade da Justiça portuguesa está precisamente na inocuidade da sua intervenção face aos crescentes abusos da liberdade de expressão levada a cabo pelas televisões centralistas lisboetas. Protegidas por um álibi indestronável como é o da badalada "liberdade de informar", as televisões, e muito em particular a RTP, gastam mais de metade do tempo a desinformar e a manipular a opinião pública de forma expressa, sem que nenhuma autoridade judicial tenha a coragem de lhes dizer que até a liberdade tem limites. Não é por acaso que lhes chamam o 4º.Poder. Desleal, criminoso, sim, mas um Poder. Por isso, não admira que altos responsáveis por essas empresas de "comunicação", nomeadamente do Estado, como é o caso da RTP, já nem percam muito tempo a consumir os neurónios para apresentar ao consumidor portuense (que também lhes alimenta a boca e a carteira) uma argumentação minimamente aceitável para algumas acções mais polémicas.
A última,surge-nos pela mão do seu director de programas, Nuno Santos, que, para não se sentir deslocado com este já longo e contagiante Tsunami de desprezo dedicado ao Porto, resolve deslocar para Lisboa a pequena côdea de produção regional que por cá se fazia, como era o caso do programa "Portugal no Coração". Com ele, serão também deslocadas - e (ou) despedidas - algumas dezenas de colaboradores residentes sem dó nem piedade, como sucedeu com a NTV. Nuno Santos,dá-nos porém esta singela explicação: "para o espectador (só podia estar a pensar no espectador lisboeta), é indiferente onde é feito o 'Portugal no Coração!"...
Eu gostava muito de perguntar cara a cara ao menino Nuno Santos e aos seus comparsas centralistas se - para variar - lhes seria igualmente indiferente inverterem a lógica centralista e monopolista do poder mediático para o Porto e deixar para a capital umas migalhinhas do estilo "Portugal no Coração". Que tal, menino Nuno Santos? Aceitaria, sem mais "mas" nem "porquês"? Ficaria indiferente?
Como é possível que tamanha hipocrisia e tanta falta de nacionalismo continue a ser usada como bitola para o mérito? Será que o Saramago perdeu mesmo a razão??? Será???
Rui Valente
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