Prometo ser muito breve porque todos queremos falar um pouco – para nós, portuenses, chega a altura de abordarmos a questão da regionalização de um modo inteligente e inteligível.
Portugal é centralista, tem um funil onde tudo vai desaguar; há em Portugal uma região que se destaca por ser central a quase todos os níveis. Essa região é o Porto, desde há muitos anos na história. O Porto é a cidade portuguesa que centraliza a cultura, a arte, a cultura da arte e a produção artística, é a região onde se criaram condições para se desenvolverem os maiores e mais fortes grupos empresariais do país, é a região do investimento privado, da arquitectura. Aqui, na cidade, reside a maior e melhor universidade do país, tem história bem enraizada noutros níveis de ensino, sendo, portanto, centralizadora nessa disciplina também. Desde o século XIX que o Porto é a capital empreendedora, do trabalho, da inovação, da arte e cultura, da educação, do comércio, da relação com a Europa, desde sempre que o Porto deu lições ao mundo do que é ser cidade pelo seu funcionamento, postura e identidade.
Não entendo – no meu comum direito de não querer entender – porque será que o nosso futuro, o nosso justo investimento, as decisões fulcrais para o rumo da nossa cidade são tomadas por algumas pessoas sentadas a uma secretária em Lisboa a uns 300km. Realmente apenas não somos a capital política; o que pelos vistos faz toda a diferença.
Perdoem-me o fundamentalismo.
Cumprimentos.
Pedro Bragança
(Por Pedro Bragança no blogue "a Baixa do Porto em 17-05-2008)
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