domingo, 3 de fevereiro de 2008

Regionalização

Estão dispensados de ler este post os anti-regionalistas, as carpideiras, maldizentes, os moralistas e falsos moralistas, os que vêem segundas intenções em tudo de que o povo gosta, etc , etc .
Mais uma vez a Regionalização.
Porque votei e perdi uma vez, porque acredito que a sociedade evolui, porque acho que é essencial para o desenvolvimento sustentado e equilibrado do país, porque numa Europa cada vez mais competitiva é essencial.
Há dias - o Rogério Gomes já aqui deu nota disso - a Universidade do Porto organizou o 3º Encontro Porto Cidade Região.
Do encontro ressaltou uma coisa bem clara. Até aqueles que se mostraram cépticos noutros tempos relativamente à Regionalização entendem-na agora como essencial no combate "à tendência macrocéfala da decisão política" (Rui Rio) e um passo fundamental para a "emancipação política" (Carlos Lage ).
Tudo isto deve ser feito sem "lamúrias" (Reitor da Universidade do Porto).
O debate foi importante, vivo mas em circuito fechado. No Porto, com os do Porto, para os do Porto.
Até os jornais de grande circulação "atiraram" com isto para o "Local" ou "Porto"!...
Esteve cá é verdade, o Secretário de Estado das Cidades que se afirmou também ele ser pela regionalização.
A Regionalização não é um problema do Porto é de todo o país.
Um dos casos mais interessantes de evolução nesta matéria é o do actual Presidente da UNICER, como se sabe a maior cervejeira portuguesa, que tem sede em Leça do Balio-Matosinhos .
Ex-Deputado, alto dirigente do PP, figura activa na vida política, contundente nas atitudes foi convictamente anti-Regionalista .
Até vir para o Norte! Digo eu...
Ao fim de um ano por estas bandas já se diz regionalista. Porque será?
Simples. Teve que sair do centro de todas as decisões, em Lisboa, e mesmo tendo vindo gerir um grande grupo económico facilmente percebeu que a "ponte aérea" é uma realidade confrangedora para os de cá ou que por cá estão.
Já agora.
A semana passada escrevi aqui sobre a "libertação" das zonas ribeirinhas de Lisboa, Porto, Matosinhos e VNGaia das respectivas áreas portuárias.
Era um disparate legal que finalmente tinha sido reparado. E foi. O problema é que só foi regulamentado para Lisboa. Com grande festa Sócrates "devolveu" 14 quilómetros de Lisboa a António Costa.
Pois!
A questão é simples.
Porque é que não se fez tudo ao mesmo tempo?
Será que alguma vez se vai fazer?
Ou será que ao resolver o problema de Lisboa já se entende que está tudo resolvido?
Sou pela Regionalização.


(Por Fernando Rocha no "http://bussola.blogs.sapo.pt/" em 31-01-2008)

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