domingo, 13 de julho de 2008

triporto: hipócritas + vermes = escumalha...

...futebolisticamente falando...


Conveniência

Há, infelizmente, um limite para a afirmação de convicções no futebol. Válidas apenas enquanto não ameaçam comprometer o equilíbrio de interesses de quem as veicula. Ao longo da última temporada, uma das guerras mais acesas entre dirigentes de clubes teve como antagonistas os presidentes do Benfica e do Vitória de Guimarães, agudizando-se logo após o jogo entre os dois emblemas na Cidade-Berço. Na altura, apesar do triunfo merecido e incontestado dos encarnados, Luís Filipe Vieira insurgiu-se contra a arbitragem de João Ferreira, afirmou existir viciação de resultados e acabaria por envolver o Vitória de Guimarães - apontando o percurso do irmão do líder vimaranense na Comissão de Arbitragem.

O Benfica discutia então, com o rival minhoto, um dos lugares de acesso à Liga dos Campeões, pelo que a argumentação visava denunciar, uma vez mais, a teia de interesses, o tráfico de influências, nos bastidores do futebol.

Ironia do destino: o Guimarães e o Benfica vêem surgir a oportunidade de acederem (um de forma directa, o outro através da pré-eliminatória) à Liga dos Campeões. Abriu-se o espaço e a conveniência de uma defesa conjunta. O clube da Luz, que veiculara a convicção de um benefício desportivo à margem dos regulamentos, preferiu prescindir dessa estratégia (chamemos-lhe assim) e aliar-se ao clube que acusou para tornar mais consistentes e homogéneas as exposições jurídicas na UEFA com vista ao afastamento do FC Porto da Liga dos Campeões.

"O que hoje é verdade, amanhã é mentira." É a demonstração da validade da expressão de Pimenta Machado. Uma vez que o Campeonato chegara ao fim, o Vitória de Guimarães é mais útil como aliado do que como inimigo, pelo que a peleja deixou de interessar, e a convicção não poderia ser tão sólida assim.

A boa relação entre os dois clubes promete, aliás, frutificar. Está iminente a transferência (regresso) de Nuno Assis para a Cidade-Berço. Mas cristaliza-se a ideia da falta de decência dos dirigentes. Haveria que esclarecer se o presidente do Benfica se equivocou, ou se o líder vimaranense admitiu o seu erro. Sucede que isso deixou de ter qualquer importância. É apenas mais uma mancha.


(Por Carlos Alberto Fernandes no jornal "OJogo" em 13-07-2008)



Benfica e Vitória em conluio na UEFA contra o F.C. Porto

Advogados dos dois clubes transmitem ao tribunal decisões do CJ em documentos iguaizinhos...

Benfica e Vitória de Guimarães, ou os advogados que os representam, não disfarçam a aliança contra o F.C. Porto na UEFA. Os clubes comunicaram ao TAS as decisões do CJ em documentos iguaizinhos, "fac-similados"...

Houvesse necessidade de comprovar a concertação do Benfica e do Vitória de Guimarães na batalha jurídica que travam para expulsarem o F.C. Porto da Liga dos Campeões, a transmissão das decisões do Conselho de Justiça da Federação ao Tribunal Arbitral de Desporto demonstrá-la-ia à evidência. Advogados diferentes, separados por milhares de quilómetros - o do clube da luz em Zurique, na Suíça, e outro, dos minhotos, em Atenas, na Grécia - conseguiram esse feito de telepatia que foi transmitir ao TAS, em documentos diferentes, textos, redigidos em Inglês, iguaizinhos do princípio ao fim, como se fossem "cópia" e "cola".

Gianpaolo Monteneri, advogado do Benfica, e Konstantinos Zemberis, jurista que representa o Vitória de Guimarães, transmitiram a Lucas Ferrer, conselheiro do Tribunal Arbitral de Desporto, as decisões tomadas pelo Conselho de Justiça (CJ), ou pelo que sobrou dele. E sendo que as deliberações tomadas nessa polémica reunião da madrugada do passado dia 5 foram promulgadas (mesmo que o Boavista e Jorge Nuno Pinto da Costa terem interposto recurso para o Tribunal Administrativo e de o próprio presidente do órgão deliberativo as contestar), a Federação também tratou de as fazer chegar às partes interessadas, incluindo a UEFA.

Notificados dessas decisões, que contestam, Pinto da Costa e o F.C. Porto não tiveram, contudo, conhecimento oficial do envio das deliberações do CJ à UEFA. "Pelas informações que temos em nossa posse, a Federação Portuguesa de Futebol já notificou, oficialmente, a UEFA sobre a conclusão desses processos", lê-se nas comunicações ao TAS por parte advogados Monteneri e Zemberis, que não especificam a fonte das informações recolhidas. Daqui também se depreende que estes advogados só têm conhecimento oficioso da polémica "segunda acta", enviada à UEFA pelos serviços jurídicos da FPF.

Seja como for, alegando e "considerando as excepcionais circuntâncias", os advogados do Benfica e do Vitória de Guimarães solicitaram ao TAS que admita as decisões do CJ como novo elemento de prova de trânsito em julgado do processo movido ao presidente do F.C. Porto no âmbito do "Apito Final".

Benfica e Vitória reclamam ao TAS que anule a decisão do Comité de Apelo da UEFA de reintegrar o F. C. Porto na Liga dos Campeões. A audiência no tribunal sediado em Lausanne está marcada para depois de amanhã e também terá a presença dos advogados que patrocinam a defesa do F. C. Porto. A sentença é na terça-feira.

Contactado pelo JN, Antonio Rigozzi, causídico suíço que defendeu o F.C. Porto na primeira instância da UEFA, estará nessa audiência, convicto de que os dragões sairão a sorrir. "A razão está do lado do F. C. Porto. Acredito que a decisão do TAS será favorável ao F. C. Porto".


(Por Almiro Ferreira no "Jornal de Notícias" em 12-07-2008)



triporto:Para mais esclarecimentos sobre esta nojenta aliança, por favor visitar o excelente blogue Renovar o Porto com excelentes e reveladoras informações sobre o assunto...

Sem comentários: