quinta-feira, 31 de julho de 2008

Norte reclama unido gestão do aeroporto

Um apelo a cinco vozes irá, hoje, partir do Norte para o Governo. Em causa está a carta enviada por autarcas e associações a José Sócrates para que seja debatido um modelo de gestão autónoma do aeroporto de Sá Carneiro.

Há duas semanas, Rui Rio, presidente da Junta Metropolitana do Porto (JMP), anunciou o envio de uma missiva conjunta ao primeiro-ministro. O objectivo foi, segundo anunciou, responder positivamente ao desafio lançado por José Sócrates para que a região mostrasse que tem capacidade para uma gestão autónoma daquele equipamento. O que o Norte reclama é uma gestão privada e descentralizada, e não secundarizada no âmbito de um processo de privatização da ANA.

Agora, a mensagem será reforçada numa conferência de imprensa, esta tarde, com os signatários: Associação Empresarial de Portugal (AEP), Associação Comercial do Porto (ACP), Associação Industrial do Minho (AIMinho) e Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA).
O lançamento da frente institucional e a carta a José Sócrates foram, no passado dia 9, anunciados pela voz de Rui Rio, após uma reunião da JMP com as diferentes associações envolvidas, bem como a Sonae e Soares da Costa, que integram o consórcio interessado na concessão, que já remeteu uma proposta ao Governo.

Porém, o autarca do Porto separou as águas entre o consórcio e a tomada de posição política da Junta e associações . Rui Rio destacou que o consórcio é fundamental para demonstrar ao Executivo que a região tem capacidade para assumir o desafio, mas explicou que os signatários da carta "não apoiam em concreto a proposta do grupo económico mas um objectivo". Até porque, sublinhou aos jornalistas, "por mais simpatia que haja pela proposta" do consórcio, "não é correcto" definir agora que será o mesmo a ficar com a gestão. "Pode ser negociação directa com este ou um concurso", exemplificou.

Na mesma linha de pensamento, Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto, disse, ontem, ao JN, que a tomada de posição "não é a favor" de qualquer empresa. "Somos neutros em relação a grupos económicos", declarou. Mas estes provam, a seu ver, que há capacidade suficiente.


(No Jornal de Notícias em 31-07-2008)

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