quinta-feira, 29 de maio de 2008

O clube do Império visto do estrangeiro...

"O que já conhecia da história do Benfica?"

"As imagens que tenho são quase todas a preto e branco. Relacionadas com o Mundial'66 ou com Eusébio. O Benfica moderno não tem grandes troféus a nível europeu."


Excerto de uma entrevista do Jornal "OJogo" ao novo treinador benfiquista Quique Flores...

terça-feira, 27 de maio de 2008

Os lambe-botas...

...ou a forma como mais uma vez se constata que infelizmente na minha cidade e em todo o Norte em geral ainda subsiste muita gente que mereciam que lhes fosse dado um bilhete de ida (sem volta) para a capital do Império, leia-se, um valente pontapé no traseiro...(para não dizer no cú)!!!!

Seis dos oito presidentes de junta do PSD no Porto apoiam Ferreira Leite

Sérgio Martins (Cedofeita), Pinto Ferreira (Foz do Douro), José Carlos Gonçalves (Massarelos), João Luís Roseira (Nevogilde), Luís Miguel Seabra (Paranhos) e Wilson Faria (Santo Ildefonso), que nas anteriores eleições internas se dividiram entre as candidaturas em confronto na altura, entendem agora que Ferreira Leite «é a melhor candidata para recuperar a credibilidade do partido e enfrentar José Sócrates nas legislativas de 2009», referiu a fonte.

Segundo a mesma fonte, também seis dos oito núcleos social-democratas da cidade apoiam a ex-ministra: Bonfim, Cedofeita/Vitória, Núcleo Litoral, Núcleo Ocidental, Paranhos e Santo Ildefonso.

O ex-presidente da concelhia Francisco Ramos, que foi responsável pelo último processo eleitoral autárquico no concelho do Porto, em 2005, é o mandatário concelhio de Manuela Ferreira Leite, enquanto o líder da JSD/Porto, Alberto Machado, é o mandatário concelhio para a Juventude no Porto.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, apoia Manuela Ferreira Leite enquanto os líderes da Concelhia e da Distrital social-democrata apoiam Pedro Passos Coelho.

Fonte: Lusa/Sol


Já agora relembro que esta gente vai apoiar alguém que afirmou o seguinte:

"Pessoalmente sou absolutamente contra a regionalização"...

...reafirmando que "que não será sob a sua liderança que o partido seria conduzido nessa aventura".

Note-se que ela se afirma "contra" e nem sequer admite outro cenário!!!

Caso a "Dama da Sucata" (versão rasca da "Dama de Ferro") vença as eleições, o que para o Porto e Norte seria uma desgraça, iremos ver estes e outros "engraxadores" de serviço em bicos de pés para cobrarem da sua nova "patroa" o apoio prestado pois para eles certamente o desenvolvimento local é coisa pouca quando comparado com os tachos que podem alcançar...enfim...a hipocrisia em todo o seu esplendor...Uma tristeza...

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Procuram-se, procuradores sérios

Questionar, questionar, questionar. Mais do que nunca, é o que nós cidadãos, temos de nos habituar a fazer com as decisões dos governantes sempre que elas nos suscitem dúvidas. Depois, devemos por todos os meios legais, debatê-las, contestá-las e, em última análise e se for caso disso, aceitá-las ou refutá-las.

Precisamos de ter cada vez mais cuidado com os "opinion maker" que, ao invés do que pensamos concebem e difundem linhas de conduta muitas vezes imponderadas e completamente contrárias ao interesse público.

Uma dessas linhas, há alguns anos em vigôr, diz-nos que devemos reprimir toda e qualquer contestação, substituíndo-a tão rápido quanto possível, por soluções concretas capazes de resolver o que a origina. Por outras palavras, sugere-nos o "faz", em vez do "contesta". Óptimo. Mas apetece perguntar: o comum cidadão terá assim tanto poder económico (money) e político para executar, em vez de contestar? Bem, se assim fosse, eu já teria despedido sem bilhete de retôrno muitos governantes, mas não posso. Este "fantástico" regime democrático obriga-me a aguentá-los, no mínimo, de 4 em 4 anos.

Como é que então posso fazer valer os meus direitos quando não acredito no desempenho dos orgãos do poder? Da justiça, por exemplo? Como posso eu - dando de barato que as suspeitas contra Pinto da Costa são fundamentadas - acreditar no senhor Procurador Geral e respectiva adjunta quando revelam ter dois pêsos e duas medidas? Quem, efectivamente, pode controlar a seriedade destas duas importantes figuras? Se o governo não pode ou não quer controlá-los quem o pode fazer?

Temos todo o direito para duvidar, tanto da seriedade da Dr. Maria José Morgado e do advogado Ricardo Costa, como eles têm de duvidar da de Pinto da Costa. E quem se atreve a mover-lhes um processo por tráfico de influências que as sua condutas arbitrárias fazem supor e já justificam há muito? Eu? Se alguém souber que mo diga, porque se não custar muito dinheiro faço-o imediatamente? Caso contrário, esqueçam a história do "em vez de reclamares, faz", porque não passa mesmo de mais uma das demagogias correntes neste paradisíaco regime. Não será este o cerne do futeboleiro "sistema"?

Todo o país ouviu o presidente do Benfica ao telefone com Valentim Loureiro a escolher um árbitro para um determinado jogo como se estivesse no supermercado a escolher maçãs. Quando lhe era sugerido um nome, o homem dizia, esse não, porque é muito nortista, esse também não porque é gordo, esse não porque não gosto... O que é isto? Como terá afinal interpretado o senhor Procurador & Companhia Ilimitada esta conversa? Como um hino aos bons costumes e à transparência? Por que está tão calado? O auto-endeusamento já terá alcançado uma escala tão grande que se julgam acima de qualquer suspeita?

Pois eu aqui declaro, que enquanto não for explicada pública e racionalmente esta manifesta dualidade de critérios, tenho toda a legitimidade para lançar as piores suspeitas sobre a ética e a honra destas pessoas.


(Por Rui Valente no blogue "Renovar o Porto" em 16-05-2008)

O Governo de Petrogal

Manuel Pinho pediu à Autoridade de Concorrência (AdC) para investigar a existência de cartelização nos preços de combustíveis. Mas o problema, a existir, não é de cartelização, é de concentração: existe uma empresa com 50% do mercado (a Galp) e cujo preço funciona como referência para todos os concorrentes. Logo, estes não têm necessidade de combinar aumentos de preços entre si.

Neste cenário, os apelos à AdC para que encontre um cartel não são mais do que uma "manobra de diversão" por parte de um governo que é conivente com a concentração no mercado. É este governo que, sendo accionista da Galp, permitiu a aquisição por esta de mais de 40 postos de abastecimento da Esso em Portugal. E é este governo que continua a não acatar a mais importante recomendação da AdC, que vai no sentido de liberalizar o licenciamento de postos de abastecimento nos hipermercados (são os postos que actualmente praticam os preços mais baixos no mercado).

Não se pode amar dois corações ao mesmo tempo. E o governo que apela à AdC para que esta proteja o consumidor, é o mesmo governo que, como legislador e accionista da Galp, tudo faz para proteger o negócio desta empresa.


(Por Pedro Menezes Simoes no blogue "http://norteamos.blogspot.com/" em 20-05-2008)


triporto: Para o titulo deste excelente comentário também não ficava mal um do tipo:

"Mais uma vez a hipocrisia deste governo em todo o seu esplendor"

Bloco de Esquerda contra misturas entre Política e Clubes de Futebol...mas só se forem do Porto

O Bloco de Esquerda que critica um almoço entre deputados e Pinto da Costa para aqueles homenagearem o FC Porto pela vitória no campeonato, é o mesmo Bloco de Esquerda que não se pronuncia quando o Presidente da Câmara de Lisboa, em cuja governação estão envolvidos via vereação, abre os Paços do Concelho num Domingo para receber o Sporting a propósito da vitória na Taça.

Ou criticam também António Costa, ou se retratam publicamente. Mas não farão nenhum dos dois. Afinal, a "promiscuidade" só é problemática se envolver clubes de fora de Lisboa. Se for o Sporting, já está tudo bem.

Adenda: Recomendo reler este texto do Bússola: "Os exemplos dados destes «racismo» foram vários, designadamente a revolta escrita de Fernando Rosas quando da decisão de instalar no Porto o Centro Português de Fotografia («E como é agora? Temos de ir ao Porto quando precisarmos de consultar os arquivos?!!», indignou-se o bloquista)"


(Por Pedro Menezes Simoes no blogue "http://norteamos.blogspot.com/" em 19-05-2008)

Já não espanta!

"Não temos tido benesses como a Câmara de Lisboa, em que o Estado pagou um terreno para a construção de um Hospital, o que lhe permitiu deixar de estar em sobre-endividamento", afirmou o autarca, salientando que "em qualquer lado, as câmaras dão o terreno para a construção das estruturas de saúde e outras, o que não se passa com Lisboa e penso que é a primeira vez que tal acontece".


Mais uma vez Lisboa é vítima de descriminação positiva! Neste caso é Aveiro que mostra como o estado é sério e que não esbanja impostos!


(Por sguna no blogue "http://norteamos.blogspot.com/" em 17-05-2008)

triporto: Sem livrinho não há dinheirinho...

...para os grupos editoriais:

- Leya (com sede na capital do Império e filial em V.N. Gaia mas infelizmente composta por algumas editoras tripeiras)

- Bertrand (com sede na capital acima referida e com várias lojas no Porto com preços em média superiores às outras livrarias)

- Girassol Edições (com sede em Sintra)

Motivo: Decidiram não participar na Feira do Livro do Porto 2008 (embora participem na de Lisboa)...


Não vou aqui apelar a boicotes nem a medidas para retirar satisfações deste tipo de decisões mas a realidade é que cada vez mais temos que investir e dar valor àqueles que o merecem e fazem por isso, logo nestas editoras eu não gasto certamente os meus precisosos e sempre escassos euros pois aparentemente também eles acham que não vale a pena o esforço...

É preciso dizer mais alguma coisa?

Falinhas mansas

O presidente da Câmara do Porto acha que o Governo não trata com o devido cuidado o dossiê "metro do Porto". Acha bem. Os exemplos abundam. E as comparações com projectos de igual, ou mesmo menor, importância que o Executivo acarinha em Lisboa são igualmente reveladoras de como, quando se trata do metro do Porto, tudo é visto "ao milímetro", para citar Rui Rio na entrevista que concedeu ao JN.

Rio lembra os milhões que o novo aeroporto há-de consumir. Recorda que, quando se discute a próxima travessia sobre o Tejo, não se fala em números, apenas na localização. E relembra o novo amor de Sócrates - a frente ribeira de Lisboa, onde serão gastos 400 milhões de euros, mesmo que o projecto levante dúvidas à autarquia lisboeta.

A estes exemplos poderiam somar-se muitos outros. Como o do Metropolitano de Lisboa, que, apesar de ser mais caro e pior gerido, recebeu uma indemnização compensatória dez vezes superior à entregue à Metro do Porto.

Lições a tirar daqui? O Governo continua a olhar para o Porto e para o Norte com a distância que o centralismo impõe e favorece. E o Porto e o Norte continuam a usar falinhas mansas, quando se trata de explicar o óbvio o desprezo está a empurrar a região para o abismo.

Elisa Ferreira lembrava ontem no JN um facto que ajuda a explicar este estado de coisas. A propósito da comparação que fazia entre o Norte e a Galiza (o rendimento médio de um nortenho é 65% do de um galego), a eurodeputada tocou no ponto na Galiza, feito o diagnóstico do problema, avança-se para a decisão. No Norte, enviam-se relatórios muito competentes para Lisboa. E aguarda-se que, num dia de sol, algum ministro mais bem disposto os leia.

É trágico. Mas é verdade.


(Por Paulo Ferreira no "Jornal de Notícias" em 5-05-2008)

Estranha-se e depois repugna

1 - A Coca Cola teve em tempos uma publicidade em que se dizia mais ou menos isto "Primeiro estranha-se, depois entranha-se"- uma bela frase da autoria de Fernando Pessoa. Lembrei-me disto quando ontem lia duas notícias de capa de jornais de Lisboa. Numa delas, na linha do que vem sendo hábito, o Benfica atirava o F.C. Porto para fora da Europa do futebol. Na outra notícia, avançavam-se mais uns pormenores do chamado Apito Dourado.

Ao princípio estranha-se. Estranha-se que alguém ache possível passar consecutivamente a mensagem de que a corrupção atingiu todos os passos dados pelo F.C. Porto. Estranha-se ainda mais quando vem um jurista defender a possibilidade de uma justiça retroactiva, impossível à luz de qualquer princípio do Direito. Estranha-se que coisas destas sejam utilizadas para intoxicar, para torcer a realidade, para criar um clima. Nem a maioria dos seis milhões de benfiquistas acreditará serem possíveis tais coisas. É por isso que, depois se estranhar, não se entranha. Repugna.

No outro caso, o que se estranha é uma colagem notícias com origem na mesma pessoa são preferencialmente publicadas no mesmo jornal. Não se estranha que as coisas vão sempre no mesmo sentido, pois o objectivo é consolidar a acusação. O que se estranha é que já nem a fonte sinta a necessidade de diversificar os meios que utiliza para a divulgação. Começa-se por estranhar e acaba por também repugnar tamanho à vontade.

Quem julgar que tudo isto é apenas futebol, desengane-se. É bem mais do que isso.



2 - O primeiro-ministro fumar num avião é mau. Haver quem denuncie a situação é pior. O primeiro-ministro alegar que não sabia que não podia fumar é pior ainda, uma vez que foi o seu Governo que instituiu a proibição. O pior de tudo é que, se voltar a fumar, alguém dirá que ele é mentiroso, pois, no meio de tanto disparate, José Sócrates fugiu para a frente e prometeu deixar de fumar.

(Por José Pereira no "Jornal de Notícias" em 17-05-2008)

Promiscuidades: Sócrates e António Costa

Não é uma notícia de última hora mas não posso deixar de comentar. Sócrates anunciou mais uma obra, alicerçada com 407 milhões de euros de fundos públicos e denominada "Nova Alcântara", sendo esta ao que parece de capital importância para o desenvolvimento da economia da nação lisboeta.

Convém desde já relembrar que António Costa é um dos elementos fundamentais do Partido Socialista e presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o que poderá ser uma das explicações para esta relação promíscua entre o governo e as competências do município. Estas notícias são desenvolvidas aqui e aqui.

Na sequência deste novo elefante branco, parece que Rui Rio começa finalmente (talvez com receio de ser "linchado" por alguns indignados) a manifestar-se(muito baixinho) em relação aos atentados que o país sofre para favorecimento da região de Lisboa, como se pode constatar no seguinte artigo do público:

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, criticou hoje o "excessivo" investimento estatal na zona de Lisboa, considerando que se atingiu um "patamar de exagero" que "só não vê quem não quer ver".

"Acho que isto atingiu um patamar muito para lá do que seria razoável", afirmou o autarca social-democrata, em declarações aos jornalistas à margem de uma cerimónia de homenagem ao general Humberto Delgado.

Rui Rio recordou que "ao longo da história tem havido um excessivo investimento em torno da capital do país", com o consequente "esquecimento" da restante parte do território nacional.

"Recentemente, exagerou-se um bocado", frisou, considerando que o limite terá sido ultrapassado com a verba de 400 milhões de euros destinados à reabilitação da frente ribeirinha de Lisboa.

"Tivemos o país a discutir durante largos meses o novo Aeroporto de Lisboa, depois discutiu-se o trajecto do TGV, designadamente a ligação entre Lisboa e Madrid, e a seguir a nova travessia do Tejo e depois inventou-se mais uma coisa que foram os 400 milhões de euros para a frente ribeirinha de Lisboa", recordou o autarca.

Rui Rio admitiu que se "calaria" se estes investimentos fossem feitos no interior do país e em zonas mais carenciadas, mas considerou que "quando tudo está concentrado no mesmo sítio, atingiu-se um patamar de exagero". "Parece-me claro, é uma evidência para 10 milhões de pessoas, só não vê quem não quer ver", frisou.

Aqui a norte, em que as taxas fiscais são iguais às de Lisboa, as linhas ferroviárias do Tua e do Douro estão ao abandono, continua a existir analfabetismo e quem passe fome, a zona ribeirinha do Porto(património da humanidade) está degradada, é a zona mais pobre da Europa, a linha Porto-Braga-Vigo não avança, o aeroporto Sá Carneiro continua refém da ANA, as SCUTS vão ser portajadas, as pessoas fogem e emigram à procura de uma vida melhor, as nossas empresas continuam a sediar-se em Lisboa para facilitar a comunicação e os processos burocráticos...
Até quando vamos aguentar isto?



(Por Asdrúbal Costa no blogue "Gentes do Norte em 15-05-2008)

Mais um grande investimento em Lisboa

Para quem pensava que o esbanjar de dinheiros na zona de Lisboa é em demasia e que ultrapassou o limite de tudo o que é razoável, descanse, pois saiu mais um anúncio de um grande investimento que vem reforçar e validar o sentimento de revolta que todos temos vindo a sentir relativamente a este centralismo vergonhoso.
Neste artigo do público, do qual destaco o seguinte parágrafo, é anunciado mais um plano para a "revitalização" da cidade de Lisboa:

O plano para revitalização da Baixa-Chiado, aprovado pelo executivo camarário em Abril, tem intervenções previstas no valor de 702,9 milhões de euros até 2020

Aqui a norte, a baixa do Porto(património da humanidade) está despovoada e degradada e a linha do Tua vai ser submersa pela EDP com o aval do governo. Dr. Rui Rio, o que mais é preciso para se dignar a fazer o que lhe compete e deixar de atacar as instituições e marcos culturais da cidade?


(Por Asdrúbal Costa no blogue "Gentes do Norte em 21-05-2008)

O despertar tardio de Rui Rio

Apesar de não ter passado a usar óculos, nem ter sido operado às cataratas, Rui Rio passou, de repente, a ver melhor. Descobriu que o Governo Sócrates concentra os grandes investimentos públicos na região de Lisboa e faz vista grossa ao Norte.

“O país discutiu o novo aeroporto, depois começou a discutir-se a nova travessia sobre o Tejo, antes tínhamos discutido o TGV e em particular a ligação Lisboa-Madrid, e agora temos a frente ribeirinha com mais 400 milhões de euros”, declarou o presidente da Câmara do Porto.

Foi a frente ribeirinha, que Sócrates quer que seja a obra emblemática do seu consulado, que fez acordar Rio, que não leva bem que o Turismo de Portugal contribua com 70 milhões de euros para esta empreitada.

“Quantos anos são necessários para o Turismo de Portugal dar 70 milhões ao Porto? Se calhar 70 anos”, ironizou.

Rio acordou tarde, Mas, como diz o povo, mais vale tarde do que nunca. Qualquer ainda o apanhamos a fumar (não num local proibido, como o outro, porque o autarca é um cidadão cumpridor da lei), a defender a Regionalização e a frequentar o Estádio do Dragão.

Para o ano há eleições autárquicas.



(Por Jorge Fiel no blogue "Bússola" em 21-05-2008)

A única regionalização

Prometo ser muito breve porque todos queremos falar um pouco – para nós, portuenses, chega a altura de abordarmos a questão da regionalização de um modo inteligente e inteligível.

Portugal é centralista, tem um funil onde tudo vai desaguar; há em Portugal uma região que se destaca por ser central a quase todos os níveis. Essa região é o Porto, desde há muitos anos na história. O Porto é a cidade portuguesa que centraliza a cultura, a arte, a cultura da arte e a produção artística, é a região onde se criaram condições para se desenvolverem os maiores e mais fortes grupos empresariais do país, é a região do investimento privado, da arquitectura. Aqui, na cidade, reside a maior e melhor universidade do país, tem história bem enraizada noutros níveis de ensino, sendo, portanto, centralizadora nessa disciplina também. Desde o século XIX que o Porto é a capital empreendedora, do trabalho, da inovação, da arte e cultura, da educação, do comércio, da relação com a Europa, desde sempre que o Porto deu lições ao mundo do que é ser cidade pelo seu funcionamento, postura e identidade.

Não entendo – no meu comum direito de não querer entender – porque será que o nosso futuro, o nosso justo investimento, as decisões fulcrais para o rumo da nossa cidade são tomadas por algumas pessoas sentadas a uma secretária em Lisboa a uns 300km. Realmente apenas não somos a capital política; o que pelos vistos faz toda a diferença.

Perdoem-me o fundamentalismo.

Cumprimentos.
Pedro Bragança


(Por Pedro Bragança no blogue "a Baixa do Porto em 17-05-2008)

Anúncio aos gentios

Resolução do governo de um país chamado Lisboa e suas colónias

Resolução do Conselho de Ministros n.º 78/2008
Aprova os objectivos e as principais linhas de orientação da requalificação e reabilitação da frente ribeirinha de Lisboa inscritos no documento estratégico Frente Tejo

No quadro das medidas de requalificação e reabilitação de áreas urbanas e em conjugação com as comemorações do primeiro centenário da implantação da República, o Governo irá promover a execução de um conjunto de operações destinadas à valorização da frente ribeirinha de Lisboa, visando a modernização, reorganização e renovação daquele espaço urbano.

Dando seguimento à intervenção urbanística mais relevante operada na cidade de Lisboa na viragem do século - Parque das Nações - a estratégia de intervenção projectada visa igualmente criar uma nova visão para a cidade e para a sua frente ribeirinha, possibilitando a reconciliação da cidade e dos seus habitantes com o rio Tejo e a zona ribeirinha, enquanto espaço cultural e de lazer, mas também permitindo a recuperação da sua centralidade em função dos novos usos que lhe vão ser dados e das infra-estruturas a implantar.

Estão previstas intervenções urbanísticas, a executar num horizonte temporal reduzido, na zona da Baixa Pombalina, na área compreendida entre o Cais do Sodré, Ribeira das Naus e Santa Apolónia, incluindo a reocupação parcial de edifícios da Praça do Comércio e a reabilitação dos quarteirões da Avenida do Infante D. Henrique, situados entre o Campo das Cebolas e Santa Apolónia, bem como no espaço público da zona da Ajuda-Belém, compreendendo a construção de um novo edifício para o Museu dos Coches e o remate do Palácio Nacional da Ajuda.

Considerando as acções previstas, resulta inequívoco o interesse público que as mesmas revestem não só para a cidade de Lisboa mas também para o País, uma vez que a requalificação e a reconversão a empreender incidem sobre zonas históricas cujo significado e relevo nacional motivam o reconhecimento do interesse público nacional das acções a realizar.

A dimensão e a complexidade destas operações e a sua associação às comemorações do primeiro centenário da implantação da República, que se cumpre a 5 de Outubro de 2010, justificam a constituição de uma estrutura própria para o efeito, dotada de poderes de utilização, fruição e administração de bens do domínio público afectos ao exercício das suas actividades e de um regime especial de contratação pública, imprescindíveis ao êxito da realização das acções previstas para a frente ribeirinha de Lisboa.

Assim:
Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o Conselho de Ministros resolve:

1 - Aprovar os objectivos e as principais linhas de orientação da requalificação e reabilitação urbana da frente ribeirinha de Lisboa, bem como as respectivas zonas de intervenção, inscritos no documento estratégico Frente Tejo anexo à presente resolução e da qual faz parte integrante, levando ainda em consideração a vontade manifestada pela Câmara Municipal de Lisboa, por deliberação de 16 de Abril de 2008, de um possível alargamento do âmbito da intervenção.

2 - Determinar que as operações de requalificação e reabilitação urbana da frente ribeirinha de Lisboa sejam executadas por uma empresa pública a constituir sob a forma de sociedade de capitais exclusivamente públicos, a qual disporá de poderes excepcionais, designadamente em matéria de contratação pública e de utilização, fruição e administração de bens do domínio público.

3 - Reconhecer o interesse público nacional das operações de requalificação e reabilitação urbana da frente ribeirinha de Lisboa a realizar pela sociedade referida no número anterior. (...)

---x---

Por cá, na colónia administrada pelo senhor administrador doutor Rui Rio, ouviu-se algum protesto por parte deste. Mas baixinho, sem levantar muitas ondas, porque o senhor doutor, apesar de ser da oposição, ainda acalenta a esperança de um dia também governar Lisboa. Os representantes coloniais do partido que governa Lisboa recomendaram ao senhor administrador da colónia do Porto que se comporte como um pedinte à porta dos Congregados e peça também uns troquitos para recuperar, por exemplo, os quarteirões entre a Alfândega e o Cais das Pedras, mesmo que, obviamente, não tenham estes o "interesse público" - nem para lá caminham - dos que vão do Campo das Cebolas a Santa Apolónia.


(Por António Alves no blogue "a Baixa do Porto" em 16-05-2008)

domingo, 18 de maio de 2008

A luta continua...(apesar da falta de tempo)...

Depois de fazer a minha habitual leitura diária pelos blogues de referência (links à direita) deparei-me com esta foto que integrava uma notícia da Lusa sobre a dupla maravilha do GQIT (Governo Que Infelizmente Temos), o "fumador aéreo" e o "jamé" :




...e não sei porquê, lembrei-me deste dois...




...e só depois me apercebi que em relação a uns e a outros sempre achei muito mais piada às "palhaçadas" destes últimos...


Já agora, espero que hoje o meu clube ganhe o jogo de Oeiras e dedique mais um troféu a uma pessoa que para mim é e será sempre um exemplo de vida: Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Falinhas mansas

O presidente da Câmara do Porto acha que o Governo não trata com o devido cuidado o dossiê "metro do Porto". Acha bem. Os exemplos abundam. E as comparações com projectos de igual, ou mesmo menor, importância que o Executivo acarinha em Lisboa são igualmente reveladoras de como, quando se trata do metro do Porto, tudo é visto "ao milímetro", para citar Rui Rio na entrevista que concedeu ao JN.

Rio lembra os milhões que o novo aeroporto há-de consumir. Recorda que, quando se discute a próxima travessia sobre o Tejo, não se fala em números, apenas na localização. E relembra o novo amor de Sócrates - a frente ribeira de Lisboa, onde serão gastos 400 milhões de euros, mesmo que o projecto levante dúvidas à autarquia lisboeta.

A estes exemplos poderiam somar-se muitos outros. Como o do Metropolitano de Lisboa, que, apesar de ser mais caro e pior gerido, recebeu uma indemnização compensatória dez vezes superior à entregue à Metro do Porto.

Lições a tirar daqui? O Governo continua a olhar para o Porto e para o Norte com a distância que o centralismo impõe e favorece. E o Porto e o Norte continuam a usar falinhas mansas, quando se trata de explicar o óbvio o desprezo está a empurrar a região para o abismo.

Elisa Ferreira lembrava ontem no JN um facto que ajuda a explicar este estado de coisas. A propósito da comparação que fazia entre o Norte e a Galiza (o rendimento médio de um nortenho é 65% do de um galego), a eurodeputada tocou no ponto na Galiza, feito o diagnóstico do problema, avança-se para a decisão. No Norte, enviam-se relatórios muito competentes para Lisboa. E aguarda-se que, num dia de sol, algum ministro mais bem disposto os leia.

É trágico. Mas é verdade.


(Por Paulo Ferreira no " Jornal de Notícias" em 5-05-2008)